Girassol: prejuízos com pombas superam R$ 1,5 milhão

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Mais resistente ao frio e à estiagem, o girassol parecia ser a salvação da lavoura para os produtores que amargaram prejuízos na última safra. Na região noroeste, embalados pelos projetos que avaliam a viabilidade da produção do biodiesel (combustível à base de girassol), os agricultores plantaram mais de 1450 alqueires. Esperavam uma produtividade média de 80 sacas de 60kg por alqueire, com contratos de venda futura fechados à R$ 31,50 por saca. O que ninguém esperava, era pelo ataque das chamadas pombas amargosas, aves silvestres da região que, livre de seus predadores naturais, têm se multiplicado e gerado prejuízos de até 90% em algumas plantações de girassol. Considerando que pelo menos 50% da safra tenha sido perdida, o prejuízo acumulado com o plantio do girassol ultrapassa R$ 1,5 milhão.

Prejuízo - O problema reuniu as cooperativas, a Emater, a Associação Maringaense dos Engenheiros Agrônomos e o Sindicato Rural de Maringá. Juntos, eles encaminharam anteontem um documento à superintendência estadual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) com um pedido de soluções urgentes para controlar a proliferação das pombas nas lavouras. De acordo com José Antônio Borghi, presidente do Sindicato Rural de Maringá, o problema é antigo."As perdas registradas em anos anteriores eram aceitáveis. As pombas também atacam o trigo e outras culturas como o sorgo, mas no caso do girassol, o problema ficou insustentável", avalia. Segundo ele, algumas áreas de cultivo experimental também foram destruídas. "Foi um ano perdido para a pesquisa. Borghi aponta que é difícil determinar qual o volume total do prejuízo. "O total de perdas só poderá ser calculado depois da colheita. Mas temos notícias de que vários agricultores tiveram uma redução de 40% até 90% na produção.

Ibama - O superintendente do Ibama no Paraná, Marino Gonçalves afirmou ter recebido ontem o documento encaminhado pelas entidades de Maringá com pedidos de providências aos ataques das "pombas amargosas". Ele afirmou que a situação será analisada pela instituição, que deverá deslocar uma equipe à região. Segundo Gonçalves, a proliferação das pombas retratam bem o desequilíbrio ambiental. "A essência do problema está na falta das matas e no desaparecimento dos gaviões, predadores naturais das pombas", disse o superintendente. Entre as alternativas para resolver o problema está a esterilização das aves, o que de antemão já está inviabilizado por causa do grande número de pássaros. (O Diário Maringá)

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