Fundepec debate a questão dos OGMS
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Regras definidas - Segundo informou a representante do governo francês, a base da atual regulamentação sobre o tema é a diretiva aprovada em 2001/18, que fixa o âmbito que deve ser respeitado em relação aos OGM's para que eles possam ser importados pela Europa para alimentação, industrialização e plantio. A nova regulamentação será implantada a partir de 17 de novembro deste ano, quando ocorrerá nova reunião do Conselho de Ministros. Sua aplicação permitirá a saída da moratória que vigora desde 24 de junho de 1999. Desde esta data nenhuma autorização de OGM foi dada na Europa. Os países europeus não foram favoráveis à saída da moratória, sem regras. "O Ministro da Agricultura da França não iria cogitar a retomada das negociações, sem que se adotasse um processo de rastreabilidade e rotulagem para alimentação humana e animal. A nova regulamentação não está concluída e ainda depende do parecer do Conselho dos Ministros", informou Florence Castel.
Proposta - Segundo informações da diretora, foi ajustado
um compromisso de meio termo para sair da moratória. A elaboração
dos textos é complicada, porque tem que ser aprovada para vigorar no
Parlamento e na Comissão Européia - o texto proveniente do acordo
foi submetido ao Parlamento, o qual, propôs alterações ,
nem todas aceitáveis, por isso, entrou-se em negociações.
Na semana passada houve discussão entre o Conselho de Ministros e o Parlamento,
que na 6.ª feira (13/06/03), chegaram a um compromisso, o qual irá
ao Conselho de Ministros, a se reunir em 17 de novembro próximo, na qual
deverá ser analisado. Enquanto essas regulamentações não
forem publicadas, a moratória continuará.
Rastreabilidade - A partir de janeiro/2003, os processos que haviam sido interrompidos
desde 99, foram reabertos. São processos pendentes para plantio e uso
para alimentação animal. Os estados membros se posicionaram contrários
à autorização sem aprovação da nova regulamentação.
A nova regulamentação adota como princípios: a rastreabilidade
completa de toda cadeia produtiva e obriga a rotulagem de OGM's com mais de
0,9%. Com base nessa regulamentação se um alimento não
for etiquetado não quer dizer que ele é isento.
Rotulagem - Em todas as fases de produção e para todos os insumos, deverá haver rastreabilidade. O objetivo é rotular os alimentos altamente transformados, apesar de não poderem ser identificados, os quais deverão informar em seu rótulo que foram produzidos com matérias-primas rastreadas. A soja importada pelos países da U. E. (RR) e o milho (BT) - já está autorizada a sua comercialização e uso desses produtos na EU. "A Soja RR importada para alimentação animal, não existe obrigação de rotulagem para alimentação humana e animal. Após a regulamentação a soja RR vai continuar sendo importada, mas os alimentos derivados dela deverão ser rotulados. Hoje não há diferença entre o preço da soja OGM e a convencional, e são os compradores e vendedores que definem seus preços. Os fabricantes de alimentos compram soja na Bolsa de Chicago e não querem saber se é OGM ou não. Com a nova regulamentação será obrigatória a rotulagem", informou a diretora Florence Castel.
Visão da França - Ao ser questionada de como o governo
francês via a possibilidade da soja OGMs ser cultivada no Brasil, Florence
disse que, oficialmente, não poderia emitir opinião, porque a
França não pode se intrometer em questões brasileiras.
"Encontrei-me com os representantes do governo brasileiro, entendi que
não há acordo sobre a liberação, informou a diretora.
A Europa está pensando seriamente na convivência com os dois produtos.
O Ministro da Agricultura lembrou na reunião do Conselho de Ministros,
que ele estava pendendo para o fato de os agricultores escolherem com que desejam
trabalhar se com OGM, orgânico ou outros, no seu entender o agricultor
tem que ter opção e decidir o que é melhor para ele, desde
que não afete os consumidores. Ele quer que as regras sejam definidas
para que todos tenham liberdade. Na próxima semana o Ministério
irá elaborar os requisitos técnicos para se evitar contaminações.
Gostaria que a Europa implantasse um regime de responsabilidade técnica
para evitar prejuízos para reparo de danos econômicos se houverem
- foi também feita proposta nesse sentido no Senado", segundo Florence
Castel.