Frutas exóticas podem aumentar exportações brasileiras
- Artigos em destaque na home: Nenhum
O Brasil tem condições de produzir duas frutas não originárias do país para exportar e ocupar maior espaço no cenário internacional, mas parece estar marcando passo. São elas a lichia e a macadâmia. Segundo o professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) da Universidade de Brasília (UnB), Osvaldo Yamanishi, o país perde muito tempo com a burocracia enfrentada para introduzir novas espécies e para registrar os defensivos usados no cultivo. O pesquisador diz que até hoje não há nenhum produtor registrado para a produção de lichia (Litchi chinensis Sonn), que é cultivada comercialmente no Brasil há mais de 20 anos. O mesmo acontece com a maioria das árvores frutíferas nativas e exóticas. A situação irregular faz com que os agricultores utilizem agrotóxicos registrados para outras culturas, arriscando o produtor e o consumidor. Hoje a produção brasileira de lichia é de aproximadamente oito mil toneladas, sendo 90% dela produzida no Estado de São Paulo e o restante em Minas Gerais e Paraná. Toda produção é da variedade “bengal”, porém em países como a China, Índia, Tailândia, África do Sul e Austrália esse tipo não é mais plantado por causa do baixo rendimento da polpa.
Importação de variedades - Depois da demora de três anos, o Ministério da Agricultura obteve, recentemente, liberação para importar 600 mudas de lichia da Austrália, da variedade Kwai May Pink. As mudas serão distribuídas para vinte produtores de diferentes regiões do Brasil (RS, SC, PR, SP, MG, GO, DF, ES, BA e CE) com potencial para o seu cultivo. Ainda em 2005 Yamanishi pretende trazer outras cinco variedades para serem produzidas no país. Originária da China, a lichia demora entre cinco e sete anos para frutificar e deve ser cultivada em locais com temperatura amena. Sua casca é vermelha rugosa, a polpa é branca e gelatinosa, apresentando sabor doce. A fruta é rica em vitamina C. Uma das vantagens do cultivo dessa espécie é a resistência às pragas e a pouca exigência quanto aos cuidados com o solo. Além disso, duas mil árvores produtivas geram 100 empregos por safra. Se a produção aumentar, a lichia poderá se popularizar e até conquistar novos mercados. Hoje uma caixinha com 450g, na época da colheita, custa em torno de R$ 3. (Agrol)