Frango brasileiro sem taxa na Argentina

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O Brasil obteve ontem uma vitória contra a Argentina na Organização Mundial de Comércio (OMC): a entidade mandou o governo argentino retirar sobretaxa antidumping imposta sobre as exportações brasileiras de frango, por julgá-la uma violação das regras internacionais. O painel (comitê de investigação) deu razão a quase todos os argumentos apresentados pelo Brasil. Com isso, os exportadores brasileiros obtêm o que buscavam: uma espécie de carimbo do xerife do comércio mundial de que não praticam dumping (exportação com preço inferior ao custo de produção), para servir em terceiros mercados onde a medida Argentina propagou a suspeita. A decisão de ontem da OMC é preliminar e confidencial. Mas, como é prática na OMC, será confirmada no relatório final dentro de algumas semanas. A Argentina receberá então prazo para retirar a sobretaxa. Mas poderá recorrer ao Órgão de Apelação, alimentando a disputa por mais alguns meses.

Histórico - O conflito começou no governo de Fernando de la Rua, que resolveu proteger seus produtores impondo preços mínimos para a entrada de frangos inteiros do Brasil acusando o produto brasileiro de dumping. Exportadores brasileiros reclamaram que o governo argentino fez "um processo malfeito" inclusive com valores diferentes. O frango da Sadia só podia ser vendido a pelo menos 92 centavos de dólar por quilo na Argentina e os demais, a 98 centavos. Depois veio a crise Argentina, a desvalorização do peso tornou a medida inócua e os argentinos é quem passaram a ter preço baixo para vender ao Brasil por um longo tempo. A mistura de dificuldades financeiras, tensão política e protecionismo derrubou a zero as vendas brasileiras, deixando de exportar pelo menos US$ 60 milhões para o mercado vizinho. Nem assim Buenos Aires suspendeu o antidumping. Os produtores brasileiros resolveram, então, levar adiante a briga do frango contra a Argentina na OMC. (Fonte: Gazeta Mercantil)

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