FÓRUM: Valor agregado nas empresas é foco da palestra de Luiz Carlos Becker
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Uma das três trilhas do Fórum Jurídico, Saúde e Segurança do Trabalho e Recursos Humanos do Sistema Ocepar, com o tema Recursos Humanos e Gestão de Pessoas (sala roxa), que aconteceu no hotel Recanto das Cataratas, em Foz do Iguaçu, nessa quinta-feira (26/10), contou com palestra sobre Valor Agregado, com Luiz Carlos Becker Junior, mestre em Administração, pós-graduado em Políticas Públicas e Governo, bacharel em Direito e em Formação de Executivos. Trabalhou em organizações privadas e públicas, exercendo diversas funções executivas de gestão. Foi de gerente de Administração e Recursos Humanos da Caixa Econômica Federal, diretor Executivo da Soniprev – Gestão em Saúde e subsecretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Becker possui vasta experiência nos processos relacionados à Liderança e Gestão de Administração e de Recursos Humanos e na condução de equipes. É consultor, palestrante, escritor e professor há mais de 24 anos em diversos cursos de pós-graduação e MBA da Fundação Getulio Vargas. Também é coautor dos livros Desenvolvimento de Equipes e Planejamento e Gestão Estratégica em Organizações de Saúde, ambos pela editora FGV.
Paradigmas - Para Becker, existem valores que não podemos abrir mão. “Dentro de algumas características, as coisas eram mais previsíveis. Será que desejamos pessoas com um paradigma industrial onde há previsibilidade e estabilidade, mão-de-obra especializada, capital financeiro, cultural tradicional e manutenção do status quo? Ou, se quero pessoas empreendedoras, tenho que ir para o paradigma do conhecimento, onde existe imprevisibilidade, instabilidade, multifunção, capital intelectual, estrutura virtual e flexível, cultura participativa e flexibilidade e adaptabilidade a novas posições”, afirmou.
Revolução - O palestrante destacou que Alvin Toffler fez uma crítica grande ao processo industrial em seu Livro a Terceira Onda. A primeira onda foi o período extrativista e agropecuário; a segunda, o industrial, e terceira onda, o de serviços da sociedade da informação e conhecimento. Já a quarta onda é a da consciência, autoconhecimento, bem-estar, valores nobres, qualidade de vida, justiça social, solidariedade, sustentabilidade e cooperação.
Mudanças - “O mundo mudou? E agora? Sim, mudou muito e estamos no momento Vuca - acrônimo que significa: volatility (volatilidade), uncertainty (incerteza), complexity (complexidade) e ambiguity (ambiguidade). Com a pandemia, falaram que não é mais Vuca e sim Bani: Brittle (frágil), Anxious (ansiedade), nonlienear (não linearidade) e incomprehensible (incompreensível). Então, o mundo mudou. Mas, para algumas pessoas, as crenças continuam as mesmas. Por isso, precisamos evoluir constantemente, estudar e se preparar sempre cada vez mais”, destacou Becker.
Diferenças - Ainda de acordo com ele, “Pejotização é uma tendência. Cada vez mais estamos presenciando essa mudança no mercado. Teremos sim uma reunião de Microempreendedores Individuais (MEIs) ao invés de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Se você não concorda que mudou, é melhor rever seus conceitos. Mude primeiro você e você mude primeiro. Esta é uma boa receita para toda organização, empresa, cooperativa”. Becker afirma que no RH tradicional, o funcionário é reativo, a gestão de pessoas é centralizada, o foco é nas tarefas, alinhado com a rotina operacional e tomada de decisão ocorre no achismo. Já no RH estratégico, a pessoa é proativa, existe gestão de pessoas descentralizada, foco nos resultados, alinhado com as estratégias e decisões com fatos e dados. “São diferentes modelos e os gestores precisam saber em que mundo estão. Se não mudarem, serão mudados”.
Agregar valor - “O que se entende por agregar valor? Como diz o Peter Drucker, a cultura come qualquer estratégia no café da manhã. Falando de cultura, estou falando de crenças, de hábitos. A cultura organizacional refere-se às crenças e aos valores de uma organização”, disse ainda.
Competências - Para Becker, as boas competências do profissional de RH são: boa comunicação; conhecimento teórico e prático da área; ser um agente de mudanças; ter bom relacionamento interpessoal; mentoria das lideranças; saber escutar (ouvir ativamente); visão sistêmica; integração das áreas e processos e espírito de equipe e colaborativo. Segundo Alvin Toffler, "os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender".
Painel - Após o final da palestra de Becker, foi realizado um painel com a participação de Fabiane Elise Polleto Bersch, gerente de Gestão de Pessoas e integrante do Conselho de Administração do Sescoop/PR, e Taís Emilene Boscarioli Busíquia, gerente de Gestão de Pessoas da Cooperativa Nova Produtiva.
FOTOS: José Hidalgo