Fórum Futuro 10: Noroeste quer expandir cooperativas
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O progresso econômico e social do Noroeste depende de uma fórmula já conhecida em outras regiões do estado: o cooperativismo. Para a maioria dos participantes do Fórum Futuro 10 Paraná, realizado ontem em Umuarama, a união de setores produtivos é um dos principais caminhos para o desenvolvimento. O encontro reuniu 430 lideranças empresariais, sociais e políticas de 70 municípios do Noroeste para discutir propostas que servirão de base para um plano de desenvolvimento do Paraná. O sucesso de grandes cooperativas agrícolas do Paraná é exemplo de como a união entre empreendedores pode aumentar o poder de negociação e melhorar a representatividade do setor. Apesar de o estado ser referência no assunto, ainda não existem grupos consolidados na região. A idéia das lideranças é introduzir o modelo não apenas no agronegócio, mas expandir para outros setores.
Vantagens do associativismo - Segundo o produtor rural Élio Salgado Melo, de Marilena, a associação entre os pequenos agricultores é a única forma de sobreviver. “O pequeno produtor só se desenvolve quando consegue ter acesso a recursos do governo, o que só é possível por meio de associações”, disse. Além da agricultura, o cooperativismo pode ser empregado em outras áreas, como artesanato, pequenas indústrias e instituições financeiras. O fortalecimento de cooperativas de crédito também foi defendido pelos grupos que discutiram o tema comércio, serviços e turismo no fórum. “As cooperativas de crédito devem ser comprometidas com o desenvolvimento regional, fornecendo recursos com taxas menores e estabelecendo parcerias com as diversas entidades e instituições públicas e privadas”, afirmou o gerente regional do Sebrae em Umuarama, Luiz Carlos da Silva.
Meio ambiente - Outro assunto que chamou a atenção durante os debates, principalmente dos grupos que discutiram visão política, foi a preocupação com o meio ambiente. Das cinco mesas, quatro colocaram a preservação como um fator que precisa ser mantido e reforçado nos próximos anos no Noroeste. “Os desastres naturais, além do aparecimento da febre aftosa e da gripe do frango, acenderam o alerta sobre a importância do poder público em se preocupar com o meio ambiente”, disse o vice-prefeito de Umuarama, Nélio Guazzelli. Foram citadas iniciativas ligadas ao agronegócio e outras voltadas para a população de baixa renda, como projetos de reciclagem e para catadores de papel.
Discussões - Em Umuarama, 45 grupos de lideranças discutiram onze temas como saúde, educação e segurança das cidades, entre outros. A discussão resultou em pelo menos duas proposições provocativas, que serão juntadas em um documento e levadas para o fórum estadual do projeto, dia 10 de novembro em Curitiba. Depois as mais significativas serão transformadas em projetos. "As propostas levam a visão de futuro compartilhada pelos representantes dos diversos segmentos envolvidos no fórum. Ao final, as idéias das 8 etapas regionais serão juntadas em projetos e apresentados à sociedade", disse a assessora Lúcia Padilha. "O evento vem incitar as pessoas à discussão para depois consolidar projetos, por isso as entidades foram envolvidas. Elas ajudarão a executar os projetos".
Projetos de sucesso – Alguns projetos que já deram certo no passado podem ressurgir para melhorar o desenvolvimento das cidades da região nos próximos dez anos. Um dos temas, o agronegócio, abordou o surgimento de focos de febre aftosa, como ocorreu recentemente no Mato Grosso do Sul. O problema atinge diretamente o Paraná, porque as exportações de carne foram proibidas pelos principais países importadores. O representante da Ocepar, Nelson Costa, disse que os animais devem ser vacinados e as fronteiras devem continuar sendo fiscalizadas.