FLORESTAS I: Plantio de espécies florestais retoma crescimento

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Em 2010, o setor de florestas plantadas no Brasil apresentou retomada de crescimento. É o que aponta o relatório anual da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). No ano passado, o País totalizou 6,5 milhões de hectares de área de plantio florestal, valor 3,2% superior ao registrado em 2009, com 6,3 milhões de hectares. A meta do Governo Federal é aumentar em 3 milhões de hectares essa área nos próximos 10 anos.

Programa ABC - De acordo com o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Derli Dossa, esse crescimento deve ser impulsionado pelo Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). ''Nosso objetivo é alavancar o setor, conscientizando os produtores da necessidade de termos produção de alimentos com preservação ambiental'', argumenta. O Programa ABC prevê, para a safra 2011/2012, R$ 3,150 bilhões para incentivar técnicas que minimizem os efeitos dos gases de efeito estufa.

Energia - Segundo ele, a linha voltada ao plantio de florestas econômicas, presente no ABC, possibilita a redução do corte de espécies nativas. ''O nosso objetivo com ele é a produção de árvores de rápido crescimento para produzir energia'', afirma. Dossa revela que o cultivo de florestas para celulose e papel é outra preocupação do governo, pois envolve o setor industrial. ''O Brasil é hoje um dos principais exportadores de celulose do mundo. No caso do papel, exportamos 20% e o restante é consumido no mercado interno'', informa. 

Gargalo - Dossa salienta que o governo busca incentivar o plantio de sistemas agroflorestais que possibilitam o envolvimento mais intensivo entre a produção simultânea de alimentos e árvores. ''Um dos gargalos que temos hoje é a questão das matas nativas, tanto nas Áreas de Preservação Permanente (APP) como de Reserva Legal. Temos a preocupação de que espécie plantar para substituir o passivo ambiental feito ao longo do tempo'', aponta Dossa, ressaltando os trabalhos voltados para preservação da biodiversidade. 

Cenário positivo - A Abraf destaca o fim da crise financeira mundial de 2008 como o principal fator que resultou na volta de um cenário positivo para o setor no Brasil. No entanto, a Associação classifica o crescimento como ''modesto'' e o justifica como consequência da complexidade de licenciamento ambiental para projetos de florestas plantadas. As regiões Sul e Sudeste do País somam 75,2% do total de plantios florestais brasileiros. Nessas regiões estão localizadas as principais unidades industriais dos segmentos de celulose, papel, painéis de madeira industrializada e siderurgia a carvão vegetal. 

Paraná - O Paraná possui a terceira maior área de plantios florestais do País, equivalente a 13% do total nacional. Em 2010, o Estado teve uma redução de 0,7% na área de florestas e, em contrapartida, apresentou o maior crescimento em áreas preservadas entre as associadas individuais da Abraf, com aumento de 39,3%, totalizando 212.711 hectares preservados. De acordo com o chefe da Divisão de Cultivos Florestais da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Renato Viana Gonçalves, a meta do Governo do Paraná é totalizar, até 2030, 1,5 milhão de hectares de florestas plantadas.

Pólo de produção - Gonçalves lembra que o Estado é um importante pólo de produção de madeira reconstituída, celulose e papel. ''A prioridade é ampliar a base florestal para atender a indústria e suprir a demanda por produção de energia para as atividades agropecuárias'', afirma. Segundo ele, o Paraná possui atualmente um deficit de produção de florestas. ''O preço da lenha é reflexo disso e queremos mostrar o déficit como oportunidade aos produtores'', avalia. Gonçalves aponta a dificuldade de financiamento para plantios florestais como entrave para o setor. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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