Ferrugem da soja: Embrapa confirma perdas de U$ 2 bilhões na safra 2003/04

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De acordo com levantamento, recém concluído, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a ferrugem asiática provocou perdas de aproximadamente 4,5 milhões de toneladas de soja na safra 2003/04. Associando o que deixou de ser colhido e os gastos com o controle químico (fungicidas e despesas com aplicação), o custo ferrugem foi de aproximadamente US$ 2 bilhões. "Esses valores representam praticamente o dobro de prejuízo levantado na última safra", calcula o diretor presidente da Embrapa, Clayton Campanhola. Antes da safra, foi detectado o surgimento de uma nova raça do fungo P. pachyrhizi, causador da ferrugem, o que provocou quebra de fontes de resistência. Isso inviabilizou o desenvolvimento de cultivares resistentes à ferrugem. Outro problema foi apresença contínua desse fungo na entressafra, em lavouras "safrinhas", no Cerrado (BA, GO, MA, MG, MT, SP e TO). "Apesar disso, as chuvas irregulares e as temperaturas elevadas, no início da safra, evitaram a explosão da ferrugem. Além do mais, os produtores estavam de prontidão para fazer o controle químico", diz o pesquisador da Embrapa Soja, José TadashiYorinori.

De acordo com a Embrapa, na safra 2003/04, os Estados mais atingidos com a ferrugem foram Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. No MT, lavouras com cultivares precoces e irrigadas por pivô central ou sem irrigaçãoforam pulverizadas até duas vezes. Em outras regiões, lavouras não tratadas ou tratadas com eficiência foram afetadas pela ferrugem, em diferentes graus de severidade. "Essas áreas também serviram de fontes de disseminação para áreas vizinhas, que tinham lavouras mais tardias", explica. No Paraná, segundo produtor de soja atrás apenas do MT, a progressão da doença foi impedida pela forte estiagem e altas temperaturas, em janeiro. De modo geral, os produtores controlaram adequadamente a doença. A maior redução da produção de soja no Estado foi causada pela estiagem. A falta de chuva também foi a grande responsável pelas perdas econômicas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, apesar de registros da ferrugem.

Apesar dos esforços da pesquisa, até o momento, nenhuma cultivar mostrou-se suficientemente tolerante à doença. Atualmente, o controle químico é o mais eficiente, porém, seu uso eficaz e econômico depende: da capacidade de identificar a doença na fase inicial; do levantamento e acompanhamento das primeiras ocorrências e da vistoria contínua das lavouras; da adequação da densidade de semeadura para maior penetração do fungicida na folha; da escolha correta do(s) fungicida(s), em relação afase de desenvolvimento da soja e da severidade de infecção; da observação das condições climáticas no momento da aplicação; da adoção de equipamento e tecnologias corretas de aplicação - tanto para tratamento aéreo como terrestre e da capacidade operacional para aplicação do fungicida no momento correto, principalmente, em períodos chuvosos. (Fonte: Agrolink)

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