Exportações batem recorde no semestre
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O governo da Arábia Saudita poderá questionar o Brasil por prática de dumping na venda de frango. A expectativa de suspensão das exportações a esse país, aliada à redução no consumo mundial, deve provocar uma queda no faturamento do setor. No primeiro semestre, o Brasil exportou US$ 1,22 bilhão, um aumento de 56% sobre o mesmo período de 2003, o melhor desempenho do setor em um primeiro semestre. Problemas sanitários entre os concorrentes brasileiros fizeram com que as vendas externas aumentassem. Por isso, amanhã, os produtores discutem com o governo a ampliação dos recursos para a defesa animal. As vendas externas no primeiro semestre superaram as expectativas da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef). A meta é crescer em 2004 até 7% em volume e até 15% em receita. Mas, entre janeiro e junho, as exportações atingiram a marca de 1,13 milhão de toneladas (alta de 22%) e US$ 1,22 bilhão (crescimento de 56%).
New Castle - Segundo o presidente da Abef, Cláudio Martins, o Brasil já obteve no primeiro semestre os ganhos relativos aos surtos de gripe e New Castle dos seus concorrentes - inclusive em preços mais altos. Por isso, no segundo semestre, estas doenças devem se reverter em diminuição no consumo na Europa e Japão. Apesar disso, Martins diz que o Brasil tem o que festejar em relação à Europa. Esta semana, deve ser anunciada a redução do percentual analisado quanto à presença de nitrofurano(tipo de antibiótico), que atualmente é de 20%. A estimativa é que, a partir deste mês, a análise seja aleatória.
Arábia - Martins acrescenta também o temor quanto à Arábia Saudita - que responde por 13% do mercado brasileiro. Segundo ele, há informações de que os avicultores locais, que têm aumentado a produção a taxas anuais de 4%, estão solicitando ao governo saudita o pedido de investigação de dumping brasileiro. Com isso, a Arábia Saudita poderia impor cotas ou tarifas até que o Brasil provasse sua idoneidade. Apesar de esperar negócios menores no semestre, ele destaca os Estados Unidos, a Coréia e o México como mercados a serem desbravados. O processo mais adiantado é o com a Coréia, cujo certificado sanitário já está em fase de análise. Os empresários estão preocupados com a questão sanitária. Por isso, levarão ao governo a proposta de que invistam na defesa sanitária, através da Parceria-Público-Privada (PPP), tendo gerência sobre os recursos aplicados.
Carne suína - Outra preocupação do setor é quanto às restrições argentinas à carne suína. "Como vamos negociar com a União Européia, se estamos brigando internamente no Mercosul?", questiona Martins. De acordo com ele, havia um acordo privado em que, a cada 40 dias, o Brasil informava os preços cobrados e o volume de carne suína que entraria na Argentina. Com a limitação à carne suína, em junho, devido à aftosa no Pará, o acordo foi suspenso. (Fonte: Gazeta Mercantil)