EXPORTAÇÃO I: Árabes estréiam compras de cooperativas do Paraná

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As cooperativas agrícolas do estado do Paraná estão descobrindo o mercado árabe e já exportam para 15 dos 22 países da região. Para os próximos anos, o setor pretende colocar seus produtos em todo o mundo árabe. O Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) entende que aquele mercado, que compra anualmente algo em torno de US$ 47 bilhões da cadeia produtiva do agronegócio mundial, é fundamental na estratégia das cooperativas do Paraná de aumentar a vendas de seus produtos para o mercado internacional.

Expansão - "As cooperativas do Paraná vêm expandindo a cada ano as suas exportações para o mundo. Estamos mantendo e ampliando a colocação de nossos produtos em parceiros tradicionais como os países europeus, Estados Unidos, Japão e Rússia, e ao mesmo tempo nossa estratégia passa pela conquista de novos mercados", explica o gerente técnico econômico da Ocepar, Flavio Turra. Caso, por exemplo, dos países árabes, da Índia, China e outras nações asiáticas e também da América Latina.

Participação -  O sistema cooperativista paranaense tem como uma de suas estratégias aumentar para 25% a participação, que hoje é de 13,5%, das exportações no faturamento global do setor. No ano passado, o faturamento das 238 cooperativas do estado chegou a R$ 25 bilhões, um crescimento de 36,9% em relação a 2007. Deste total, as 81 cooperativas agropecuárias movimentaram R$ 22,5 bilhões. De acordo com Turra, as cooperativas agropecuárias do estado respondem 18% do PIB estadual e por 55% da produção agrícola paranaense.No ano passado, segundo a Gerência de Mercados (Germerc), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as exportações das cooperativas do Paraná (US$ 1,5 bilhão) responderam por 35,97% das exportações das cooperativas brasileiras.

Os árabes - Hoje, as cooperativas paranaenses colocam seus produtos em 114 países, 15 deles árabes. A China, por exemplo, é o terceiro maior comprador, perdendo apenas para Alemanha e Japão. E o objetivo, segundo Turra, é que as vendas externas do setor aumentem dos atuais 13,5% para pelo menos 20% sua participação na movimentação financeira das cooperativas. Com relação aos árabes, Turra disse à ANBA que, além dos clientes tradicionais no Oriente Médio e Norte da África, caso da Árabia Saudita, Egito e Argélia, em 2008, as 81 cooperativas agropecuárias do estado exportaram, pela primeira vez, para a Tunísia, Síria, Omã, Catar, Bahrein, Líbano, Líbia e Jordânia.

Produtos - Segundo ele, juntos, estes oito novos parceiros compraram do sistema cooperativista paranaense US$ 8,242 milhões. Apenas a Tunísia importou US$ 4,6 milhões em produtos como frango, trigo, óleo de soja bruto e refinado, leites, creme de leite, algodão, café torrado, não descafeinado e grão. Outro desempenho que chamou a atenção dos analistas de mercado da Ocepar foi o da Síria, que comprou do sistema cooperativista paranaense US$ 2,1 milhões. Turra classifica também de extraordinárias as vendas (basicamente frango) para a Árabia Saudita, que no ano passado importou das cooperativas do Paraná US$ 13,3 milhões, um crescimento de 2.273% em relação a 2007. O Egito, com US$ 12,664 milhões, e a Argélia, com US$ 10,95 milhões, foram, respectivamente, segundo e terceiro maiores importadores árabes do sistema Ocepar.

Faturamento - No total, as vendas externas para os 15 países árabes resultaram em um faturamento de US$ 46,757 milhões no ano passado. A maior parte veio das vendas de carne de frango. É que, conforme o gerente técnico econômico da Ocepar, com a ampliação de suas unidades agroindústrias, o setor aumentou sua produção de escala, o que lhe possibilitou destinar um volume maior para o mercado internacional. É por isso que, este ano, mesmo com a crise, o setor deve manter ou ficar próximo do volume de investimentos realizados no ano passado, que foi de R$ 1,5 bilhão. "Hoje, pela qualidade do produto e pelo preço competitivo, o frango exportado pelas cooperativas começa a conquistar espaço no mercado árabe, antes ocupado por grandes empresas exportadores, inclusive as brasileiras", conclui Turra. (Anba)

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