Exportação de carne para americanos inicia em 2005
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As exportações de carne brasileira "in natura" para os Estados Unidos só devem começar no final do ano que vem, calcula o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, depois de abordar o assunto com o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, numa reunião ontem em Washington. A burocracia atrasará a entrada da carne brasileira no mercado americano em mais de um ano e meio. Num encontro anterior com autoridades brasileiras, a secretária da Agricultura, Anne Venneman, havia sinalizado que a importação de carne brasileira poderia começar ainda no primeiro semestre de 2004."Há boa vontade no governo americano, o problema é que o processo é mesmo burocrático. Também houve algum atraso na resposta, no Brasil, aos longos questionários requeridos para exportação", disse ontem o ministro. Segundo o porta-voz do representante comercial dos EUA, Richard Mills, o encontro abordou a questão da febre aftosa no rebanho.
Expectativas - Rodrigues disse não ter notícias dos resultados obtidos ontem pela missão brasileira que está negociando a reabertura do mercado russo para carne in natura, mas disse que não havia a expectativa de conseguir a reabertura ainda durante a missão. Perguntado sobre os sucessivos problemas na exportação de Estados do Sudeste e Sul do país causados por focos de aftosa nas regiões Norte e Nordeste, que não são liberadas para exportação, Rodrigues disse que a solução do problema depende da conscientização dos governos estaduais e produtores, pelo fato de a defesa sanitária ter estrutura regionalizada. O ministro discutiu com Zoellick formas de elevar a demanda por biocombustíveis em terceiros mercados e as negociações agrícolas na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Não se tocou na questão da disputa perdida na OMC sobre os subsídios concedidos ao algodão.
Subsídios - Sobre as negociações da OMC, Zoellick disse acreditar que o pilar mais viável seja a redução dos subsídios à exportação e o mais difícil, a abertura dos mercados para produtos agrícolas. Rodrigues disse estar "esperançoso" com as ofertas para o setor agrícola que serão feitas pela União Européia amanhã por uma troca de e-mails. "Pela sinalização estamos esperando uma oferta que permita aumentar as exportações entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões anuais", afirmou.
Alca -
Nem o Brasil nem os EUA têm idéia de cronograma para retomar negociações
da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Não
há idéia de data para a reunião ministerial que deveria
ocorrer em novembro no Brasil. Mas o fechamento do acordo entre Mercosul e União
Européia poderia "animar" as negociações acredita
Rodrigues. O ministro e o embaixador, Roberto Abdenur, tentaram convencer Zoellick
do compromisso no combate à pirataria, esperando que o país seja
mantido no Sistema Geral de Preferências. (Valor Econômico)