Evento discute o girassol no agronegócio

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Nos próximos anos, há a previsão de aumento da área de girassol no Brasil, que hoje ocupa aproximadamente 100 mil hectares, porque a oleaginosa deve se firmar como opção para produção de biodiesel e também como óleo utilizado na culinária. A afirmação é da pesquisadora da Embrapa Soja, Regina Villas Boas Campo Leite, que preside, em outubro, dois eventos que têm o girassol como destaque. Na XVI Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol (RNPG) que será realizada em Londrina, PR, de 4 a 6 de outubro, o tema central será Girassol: inclusão social e agronegócio. Paralelamente será realizado o IV Simpósio Nacional sobre a Cultura do Girassol, que pretende apresentar a cultura como ferramenta de inclusão social na pequena propriedade.

Reunião nacional - A Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol deve reunir cerca de 300 participantes de diferentes segmentos como instituições de pesquisa, empresas de assistência técnica, universidades, agricultores e empresas privadas. Além da apresentação de 50 trabalhos técnicos, durante o evento, haverá painéis sobre o biodiesel no Brasil, a aptidão agrícola do girassol e o uso da torta de girassol na alimentação. “Uma das inovações do evento será a apresentação de relatos, por estado, sobre a situação do girassol no Brasil”, destaca Regina. Atualmente, 37% da produção do grão está concentrada em Goiás; 18% em Mato Grosso do Sul; 16% em São Paulo, 11% no Mato Grosso, 9% no Rio Grande do Sul e 6% no Paraná. “Nos cerrados brasileiros, o girassol tem sido uma opção preferencial como segundo cultivo no verão, popularmente denominado de safrinha, principalmente pelo desenvolvimento de tecnologias e a instalação de indústrias na região”, afirma Regina.

Alternativa - Segundo a pesquisadora, o girassol é um atrativo por ser boa alternativa na composição dos sistemas de produção de grãos. “Além de possibilitar o uso das mesmas máquinas e de mão-de-obra utilizadas nas lavouras de milho e soja, possui características de maior tolerância à seca”, diz. Hoje existe tecnologia para a produção de girassol em larga escala e bons materiais genéticos que propiciam elevados rendimentos de grãos e óleo. A produtividade tem oscilado e hoje está estabilizada em torno de 1.500 kg/ha. “A razão da baixa produtividade é o baixo uso de tecnologias de produção, já que o girassol é tratado como uma cultura secundária”, diz Regina. As indústrias processadoras de soja têm fomentado a produção de girassol, adquirindo seu grão para produção de óleo comestível, particularmente em Goiás, São Paulo e na região norte do Paraná (Bunge Alimentos, em Ourinhos - SP; Cocamar, em Maringá – PR e Caramuru Óleos Vegetais, em Itumbiara – GO). “A expansão da cultura, como oleaginosa, depende do interesse da indústria de óleos vegetais por sua exploração e da remuneração paga ao produtor”, afirma Regina. Mais informações no site: www.cnpso.embrapa.br/rnpg/.

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