Europa defende cortar subsídios e ajuda Brasil
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A Comissão Européia (o Executivo da União Européia) aprovou ontem planos para uma completa revisão de sua política para a produção de açúcar, recomendando um corte de subsídios. Haverá cortes graduais no volume total de produção subsidiada, que passará de 17,4 milhões de toneladas hoje para 14,6 milhões em quatro anos. As reformas passariam a vigorar em julho de 2005, um ano antes de expirar o atual regime. A decisão beneficia o Brasil, que no primeiro semestre deste ano exportou US$ 1,3 bilhão em açúcar. Os subsídios tornaram a União Européia a maior exportadora mundial do produto e representam um grande entrave para o crescimento das vendas brasileiras. Os subsídios à produção de açúcar custam à UE cerca de 1,7 bilhão de euros(US$ 2,09 bilhões) por ano. A Europa enfrenta pressão de outros países para e também processos na OMC (Organização Mundial de Comércio) contra seus subsídios agrícolas. "Não temos tempo a perder", disse o comissário europeu para a Agricultura, Franz Fischler, autor do plano de reforma. "Se esperarmos, as coisas certamente não vão melhorar". "Há falta de competição [no mercado de açúcar], enquanto os consumidores e os setores que utilizam o açúcar pagam preços muito altos", disse Fischler. "E o modo como subsidiamos a produção de açúcar tem sido objeto de fortes críticas, principalmente dos países em desenvolvimento".
Emprego
- As negociações dos cortes devem durar meses e enfrentarão
forte resistência em diversos locais da Europa. A França, por exemplo,
quer adiar para depois de 2005 a entrada em vigor do projeto. Ministros da Agricultura
da UE deverão se encontrar na segunda-feira para a primeira discussão
sobre a proposta da Comissão Européia sobre o açúcar.
Nesta semana, o ministro holandês da Agricultura, CeesVeerman, disse à
agência Reutersque o plano é radical demais e iriaarruinar a indústria
açucareira em diversos países europeus. A UE tem enfrentado contínuas
críticas à sua política para a produção de
açúcar por supostamente distorcer preços no mercado mundial
do produto e prejudicar os países em desenvolvimento. No ano passado,
o Brasil, a Austrália e a Tailândia pediram àOMC uma investigação
sobre o açúcar europeu, alegando que os subsídios europeus
derrubaram os preços mundiais do açúcar abaixo dos custos
de produção. Fischlerdisse que o plano de reformas para a política
européia para o açúcar irá tranqüilizar os
críticos. "Essa proposta (...) manda um sinal bem claro aos nossos
parceiros internacionais e aos países em desenvolvimento". (Folha
OnLine)