Estiagem prejudicou safra de casulos da seda

Está começando a safra de casulos de seda referente ao ciclo 2005/06 na região da Cocamar com a expectativa de produção de 630 toneladas. Segundo a cooperativa, serão distribuídas 11,87 mil caixas de larvas (com 16,5 gramas cada) entre 498 produtores vinculados a entrepostos espalhados por dez municípios. Juntos, eles cultivam 1.250 hectares de amoreira, planta cujas folhas são fornecidas para alimentar o bicho-da-seda nos barracões. Apesar de ainda não haver uma avaliação mais detalhada, o baixo desenvolvimento da amoreira na região, por causa do baixo índice de chuvas, tem preocupado os produtores, de acordo com o engenheiro agrônomo Antonio Carlos Pedro, coordenador técnico de seda e café da Cocamar. Se houver a normalização das chuvas nas próximas semanas, o problema pode ser revertido.

Produção - Na última safra, 2004/05, encerrada em meados de julho, foram produzidas 7.146 toneladas de casulos verdes em todo o Brasil, segundo dados da Abrasseda (Associação Brasileira das Fiações de Seda), das quais 6.413 toneladas, o correspondente a 89,75% do total, no Paraná. Na área de ação da Cocamar, que responde por 7,64% da produção nacional, a safra passada fechou em 546 toneladas, registrando uma quebra de 12% na produção prevista em razão da estiagem durante várias fases do desenvolvimento das amoreiras: no início, entre os meses de agosto e setembro e, posteriormente, em plena safra, de fevereiro a maio. Com exceção da produtividade, os demais índices ficaram dentro da normalidade, segundo Pedro, obtendo-se, em média, 53 quilos de casulos por caixa e 281 casulos em meio quilo, sendo 92,8% classificados como de primeira qualidade, com teor de seda de 17,5%, e somente 2,63% de inferiores.

Cestas básicas aos produtores - Como quem toca os barracões de seda são basicamente pequenos produtores ou porcenteiros, para auxiliar essas famílias, diante da queda de produção e da renda anual anual, a Cocamar fez a doação de cestas básicas durante o período de entressafra. Criar bicho-da-seda voltou a ser interessante para muitos pequenos produtores, diante da queda dos preços de outros produtos normalmente cultivados por eles, como mandioca, algodão, milho e até mesmo soja. No período de entressafra, entre maio e julho, quando se verifica a saída ou entrada de novos produtores na atividade, foi constatado um saldo positivo no balanço. Foram 1.615 novos criadores em todo o Brasil, dos quais 1.296 no Paraná, sendo, por outro lado, desativados 641 barracões.