ESTIAGEM: Lavouras e pastagens na região Noroeste dizimadas

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Lavouras estão sendo perdidas e pastagens dizimadas com a seca que já dura meses em algumas regiões do Paraná. Em Umuarama e imediações, onde não chove há mais de 60 dias, pecuaristas reclamam que os pastos estão escasseando, enquanto que em municípios próximos, como Iporã, os produtores acumulam perdas que aumentam a cada dia. João Wilton Bonamin, que plantou 380 alqueires de milho, acredita que não vai conseguir colher nada. A situação é ainda mais grave porque, no último verão, Bonamin perdeu 60% da safra de soja pelo mesmo motivo, percentual parecido com o de outros produtores da região. Mas os prejuízos não ficam por aí: Altônia e São Jorge do Patrocínio, situados também nas proximidades e reconhecidos como importantes redutos do café, já apresentam perdas expressivas.

Perdas no café - O engenheiro agrônomo César Júnior Maia, da Cocamar, que atende vários municípios da vizinhança, acredita que a safra de café, que está começando a ser colhida, já diminuiu 25%, mas os danos podem ser maiores se não chover logo. Segundo ele, a falta de água impediu que os grãos tivessem um desenvolvimento normal e a dimensão de perdas varia de uma propriedade para outra, já chegando a 60% em alguns casos. Mas além da menor produção, muitos cafeicultores que plantaram lavouras nos últimos três anos, estão observando também a morte de plantas. O engenheiro agrônomo da Cocamar explica que, até o terceiro ano, os cafeeiros não têm ainda um bom enraizamento, ficando sem condições de suportar uma seca tão prolongada. Atendendo 2.200 hectares de café na região, Maia observa que a situação se torna cada vez mais preocupante porque essa cultura é conduzida, principalmente, por pequenos proprietários rurais. "Para grande parte deles, é a principal fonte de renda", diz.

Emergência - Autoridades dos municípios pretendem, nos próximos dias, decretar estado de emergência para que os agricultores mais prejudicados possam ser assistidos pelo governo. Anísio Tormena, presidente da Alcopar - Associação Paranaense de Bioenergia, sediada em Maringá, afirma que os canaviais da região Noroeste do Paraná também estão sendo prejudicados pela falta de chuvas. Ele próprio diz que plantou 300 hectares no início do ano e, se a seca persistir, pode acabar perdendo tudo.   "A situação é muito preocupante", avalia Tormena, dizendo que a dimensão dos possíveis prejuízos é variável de região para região e ainda não há um levantamento oficial.   

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