ESTIAGEM III: Ação emergencial para o Sudoeste

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O governador Beto Richa anunciou na quinta-feira (12/01), em Curitiba, um pacote de medidas emergenciais para minimizar as perdas e recuperar as plantações do Sudoeste - região do Estado que passa por período de estiagem desde novembro do ano passado. O governo vai disponibilizar R$ 15,5 milhões para ajuda direta aos agricultores. As culturas mais atingidas foram milho, soja e feijão. Para a compra de insumos agrícolas (sementes e fertilizantes) serão liberados R$ 6 milhões. O apoio financeiro chega a R$ 9,5 milhões, sendo R$ 8 milhões para subvenção ao prêmio do seguro da segunda safra de milho e café, e R$ 1,5 milhão para reforçar o programa Fundo de Aval. A prioridade do governo é atender os produtores da agricultura familiar.

Fundo de Aval - De acordo com o governador, o Estado fará o atendimento emergencial das principais demandas dos agricultores com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Econômico (FDE). "Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para minimizar os prejuízos dos agricultores do Sudoeste", afirmou Richa. Ele explicou que a liberação de recursos para o Fundo de Aval, por exemplo, pode alavancar a captação de R$ 15 milhões em financiamentos em instituições de fomento da agricultura familiar.

Vistorias - O governo também vai agilizar as vistorias em plantações para que os produtores possam solicitar ressarcimento de perdas pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o pagamento do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf). A medida também assegurar o aproveitamento das lavouras para silagem e preparação da terra para novos cultivos, como as segundas safras de milho e feijão. "Negociamos com o governo federal a possibilidade do financiamento para quem fez a safra com recursos próprios, de forma que o agricultor possa carregar a dívida com as safras seguintes, por até seis anos", destacou o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. Também haverá apoio aos municípios para a contratação de máquinas para o aprofundamento de minas e pequenos açudes, além de suporte financeiro para o transporte de água tanto para consumo humano quanto animal. "São medidas para apoiar os pequenos produtores que perderam a safra e tem agora a chance de restabelecer o seu cultivo", disse Norberto Ortigara.

Estado de emergência - Por conta da situação crítica na região, os municípios de Santa Izabel do Oeste e Barracão já decretaram estado de emergência. A Defesa Civil do Paraná afirma que outros 35 municípios já notificaram o órgão para a possibilidade. Com isso, é possível adotar ações mais rapidamente. "Com os recursos e atendimento imediato aos produtores tentaremos recuperar parte dos prejuízos com a safra de verão. Aguardamos dados de cada município para que possamos ratificar a situação de emergência e adotar outras ações do governo", destacou Richa.

Prejuízos - Segundo estimativa da Secretaria da Agricultura, até agora houve uma redução de 2,55 milhões de toneladas de soja, milho e feijão que, a preços de hoje, significa um prejuízo financeiro de R$ 1,52 bilhão. A quebra da produção representa 11,5% da safra paranaense de grãos de verão, que era estimada em 22,13 milhões de toneladas.

Produtores aguardam chuva - Agricultores da região Sudoeste do Paraná ainda esperam pela chuva para recuperar parte das lavouras de soja que devem ser colhidas no início do mês de abril. As perdas nas lavouras de milho da região já ultrapassam os 40%. A colheita de milho deve começar no início da próxima semana. Produtor do município de Renascença, Dirceu Ruffato, plantou 100 hectares de soja e 70 de milho com a expectativa de colher média de 200 sacas de milho e 60 sacas de soja por hectare. "Se conseguir tirar 120 sacas de milho e 30 sacas de soja por hectare está excelente", diz.

Floração - Rufatto acredita que para recuperar uma parte da lavoura de soja, deveria chover cerca de 50 milímetros nos próximos dias. "Nesta época do ano, a lavoura não deveria ficar sem chuva, pois a soja está em fase de floração ou em formação de grãos. Se chover 50 milímetros, acredito que recupera uma parcela da lavoura". A boa produção da safra passada - 180 sacas de milho e 70 sacas de soja por hectare - incentivou o produtor a não fazer seguro da lavoura. "O clima estava perfeito, não havia motivos para fazer o seguro. Levanto cedo todos os dias com a esperança de ver chuva, mas está complicado", diz.

Sem seguro - O agricultor Reni Deliberali plantou 110 hectares de soja, 24 de milho e tinha expectativa de colher média de 53,71 sacas de soja e 165,2 de milho. "Se tirar da lavoura 82,64 sacas de milho por hectare e 12,39 sacas de soja, é muito. Nessa safra, a produção não vai dar para pagar os custos. Estamos aguardando alguém nos ajudar", comenta o agricultor, que também não fez seguro da lavoura. (Agência Estadual de Notícias).

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