ESPECIAL: ENTREVISTA SÉRGIO PROSDÓCIMO

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IBQP tenta despertar nos empresários paranaenses a importância da qualidade e produtividade} {Jornalistas Juliana de Mari e Romeu de Bruns Neto A preocupação com qualidade e produtividade deveria ser uma constante nas empresas. Mas não é o que acontece. No Paraná, o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) está se esforçando para convencer os empresários da importância de se investir em produtividade. Porém, o trabalho precisa de um reforço extra porque o paranaense parece não ter despertado, segundo o presidente do Conselho Administrativo do IBQP, Sérgio Prosdócimo. O instituto foi constituído há sete anos por meio de um acordo entre o governo japonês e o brasileiro com o objetivo de trazer para cá toda a experiência do empresariado daquele país no período pós-guerra. O IBQP tem o papel de estar sempre atualizando a indústria, o comércio e o segmento de serviços com tudo o que há de mais novo em produtividade e qualidade. Veja a seguir a entrevista concedida à reportagem da Gazeta do Povo. Gazeta do Povo – Como o sr. avalia a preocupação do empresário paranaense com a produtividade? Sérgio Prosdócimo – A adesão é baixa, mas o Paraná não é uma exceção. É que tudo gira em função do pólo industrial. São Paulo, quer queira quer não, é líder em produtividade. O Paraná está dando uma amostra interessante até. Infelizmente, muitas das empresas que vieram para cá trouxeram seus técnicos de fora. O IBQP está se empenhando em aprimorar esse pessoal. Não se justifica dentro da nossa estratégia, que o IBQP ministre cursos e venda produtos para estados como Alagoas, Maranhão, Amapá, Goiânia e outros estados e não venda aqui no Paraná. O sr. quer dizer que a atuação do IBQP é mais forte em outros estados do que no Paraná? - É. Eu acho que nós não sabemos vender bem o IBQP. Agora nós contratamos pessoal especializado para nos auxiliar para vender melhor a imagem do instituto. As federações abriram as suas revistas para que a gente tenha a oportunidade de escrever artigos e publicá-los. São várias ações que nós estamos fazendo para tentar revitalizá-lo. Foi um problema só de marketing ou há também um certo conservadorismo do empresário paranaense? - Eu sempre digo o seguinte: muitas das soluções dos problemas das empresas estão dentro da própria empresa. As coisas que o IBQP quer e está tentando fazer é mostrar à classe empresarial que se ela abrisse um pouco para as novas filosofias e maneiras de se medir produtividade dentro de suas empresas, elas vão crescer. Quais são as áreas que mais pecam em produtividade no Brasil? - Eu diria que poucas áreas são competitivas. Uma delas é a aeronáutica. Para um país como o Brasil, somos o quarto produtor de aviões do mundo, o segundo mercado executivo de aviões. Para as grandes empresas, basta adaptar o processo produtivo à realidade. Mas nós temos muitas pequenas e médias empresas que fazem a diferença na economia e é nessas que nós temos de investir. Muita gente fala que produtividade gera desemprego. É exatamente o contrário. A produtividade faz com que você seja mais competitivo, tenha uma produção maior e contrate mais funcionários. Quais são os fatores que determinam o aumento da produtividade numa empresa? - Muita gente acha que produtividade é trocar máquina por máquina. Mas não é por aí. O que se relaciona muito com a produtividade é a hora em que se dá chance para o colaborador crescer dentro da empresa, porque quem está do lado da máquina. Se é permitido a esse colaborador transmitir seus problemas, a solução é muito fácil. O Brasil tem uma taxa de produtividade muito baixa se comparada a outros países. Temos aqui somente um terço da produtividade dos Estados Unidos, por exemplo. O sr. acha que podemos nos tornar mais competitivos? - O Brasil desabrochou do governo para cá. Nós estávamos numa redoma de vidro e isso fez com que todos se acomodassem, sem investir em tecnologia. Veja a reviravolta que se deu depois da abertura para os automóveis, por exemplo. Nós tínhamos carros antiquíssimos e agora até exportamos. Na informática foi um avanço fantástico. Que oportunidades o sr. vê nas crises que nós vivemos hoje? - A oportunidade que o Brasil tem é a qualificação do empresário. Apesar de todo o atraso que a gente cita o empresário brasileiro é extremamente qualificado, porque para sobreviver teve de aprender a agir com jogo de cintura com inflação. Mas imagine se nós tivéssemos juros baixos e produtos com alta qualidade, nós dominaríamos o mundo. Qual é o país, com exceção de quatro ou cinco, que tem a nossa população e o nosso potencial de consumo? Quais são as principais dificuldades para as empresas se tornarem produtivas? - Acho que é a vontade do empresário querer evoluir de dono de empresa para empresário. A grande maioria das empresas sonega impostos, por exemplo. Dizem que se a classe empresarial diminuir a sonegação, nós teremos redução de impostos, mais condições para sermos mais competitivos. (Entrevista publicada no Jornal Gazeta do Povo do dia 12.11.2001) ____________________________________________________ Samuel Zanello Milléo Filho Assessoria de Imprensa Ocepar Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná Fone (41) 352.2276 - Fax (41) 352.2080 e-mail: Este endereço para e-mail está protegido contra spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo.}

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