ENERGIA: FGV PREVÊ SÉRIA CRISE COM O RACIONAMENTO

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As metas econômicas do governo serão comprometidas pelo racionamento de energia, segundo estudo divulgado ontem (9) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O trabalho foi encomendado pela Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro). De acordo com o coordenador do estudo, professor Fernando Garcia, se o racionamento se estender até maio de 2002 o Brasil enfrentará retração de 1,5 ponto percentual nos primeiros cinco meses do ano que vem, na comparação com o mesmo período deste ano.

Balança comercial - Segundo Garcia, a escassez de energia vai limitar o crescimento econômico, reduzir o número de empregos, diminuir a arrecadação de impostos e, por fim, sacrificar a balança comercial. Caso o governo opte por um corte de 20% no fornecimento de energia elétrica durante seis meses, por exemplo, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) recuaria 1,5 ponto percentual em relação às expectativas anteriores de crescimento. Em termos monetários, isso equivale a R$ 15 bilhões em bens e serviços que deixarão de ser produzidos no País em 2001. Para agravar ainda mais a situação, o estudo prevê redução na arrecadação de impostos na ordem de R$ 6,6 bilhões nos seis meses de racionamento, sendo mais de 30% desse valor referente ao ICMS.

Alternativas - A reivindicação das indústrias é que o governo encontre alternativas para reduzir os efeitos negativos, distribuindo de forma estratégica a contribuição de cada um. Agora a equipe econômica do governo terá apenas duas semanas para tentar encontrar saídas para o problema. Segundo o professor da Universidade de São Paulo José Goldenberg, a impressão é de que a equipe econômica só se deu conta agora da gravidade da crise energética. Prova disso é a reunião de terça-feira no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) terminou sem nenhuma solução concreta para o problema.

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