ENCONTRO ESTADUAL I: Cooperativas do PR superam a meta do PRC200 e já se preparam para um novo ciclo de crescimento
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As 225 cooperativas do Paraná vinculadas ao Sistema Ocepar deverão encerrar 2023 atingindo faturamento de R$ 202 bilhões, superando a meta financeira do Plano Paraná Cooperativo 200 (PRC200), o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense, que era de R$ 200 bilhões. Esse foi um dos principais resultados do setor anunciados pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, na manhã desta sexta-feira (01/12), em Maringá, Noroeste do Paraná, no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses.
Novo ciclo - A atual fase do PRC foi lançada oficialmente em abril de 2021. Agora, de acordo com Ricken, as cooperativas do Paraná estão se preparando para uma nova etapa, visando assegurar o desenvolvimento sustentável do setor. “Atingida a meta, bem antes do previsto, que era em 2026, iniciamos um novo ciclo, talvez, sonhando com R$ 300 ou R$ 400 bilhões, por ano, para o futuro próximo. Potencial existe para tanto”, afirmou. “Esse é o nosso jeito de funcionar: com planejamento, profissionalização, inovação e gestão, no passado, agora e no futuro”, acrescentou
Mais destaques - O valor de R$ 202 bilhões que deve ser alcançado neste ano pelo setor representa um aumento de aproximadamente 8,5% no faturamento das cooperativas paranaenses, em relação à movimentação financeira de 2022. Ricken destacou ainda que, em 2023, o número de cooperados aumentou 13,8%, ultrapassando os 3,6 milhões. “São quase 400 mil novos cooperados, com destaque para as cooperativas de crédito, que possuem 370 mil associados, e as agropecuárias, com mais 15 mil produtores cooperados”, frisou.
Empregos - O presidente do Sistema Ocepar lembrou que o cooperativismo paranaense está finalizando este ano contabilizando 150 mil empregos diretos, o que representa um crescimento de 10,14% em relação à 2022. Ainda de acordo com Ricken, essa geração de empregos é reflexo especialmente dos investimentos feitos pelo setor que, em 2023, chegaram ao equivalente a R$ 6,4 bilhões, principalmente em infraestrutura produtiva e agroindústrias, sendo que há 10 mil vagas em aberto, em sua grande maioria nas unidades agroindustriais das cooperativas. “Há falta de mão de obra qualificada, sendo comum a busca diária de trabalhadores a dezenas de quilômetros das unidades agroindustriais de cooperativas para, assim, atender a demanda local. Essa tem sido uma limitação para maior expansão agroindustrial em algumas regiões menos populosas do Estado”, disse Ricken.
Ramos - O dirigente cooperativista destacou ainda o trabalho de cada um dos sete ramos de atuação do cooperativismo paranaense: agropecuário (62 cooperativas), crédito (54), saúde (36), infraestrutura (19), trabalho, produção de bens e serviços (15), transporte (32) e consumo (7). As cooperativas agropecuárias, por exemplo, que integram 215 mil produtores cooperados, recebem em seus armazéns o equivalente a 64% da produção de grãos e 45% da proteína animal no Paraná, das quais 48% são agroindustrializados nas 142 unidades e comercializadas no mercado brasileiro e em vários países do mundo. “Isso faz uma grande diferença em situações de adversidades climáticas e queda dos preços das commodities, conforme ocorrido no ano de 2023. É possível afirmar que, onde há uma cooperativa bem diversificada, há mais emprego e mais renda. A diferença, no caso das cooperativas, é que o resultado permanece no local de origem, gerando milhares de negócios no campo e na cidade”, enfatizou.
Frentes Parlamentares e Educação Política - Ricken ressaltou as conquistas que o cooperativismo tem alcançado no âmbito do legislativo, graças ao apoio de parlamentares identificados com as causas do setor, tanto na Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), como na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Ele citou como exemplo a recente aprovação do texto que trata da reforma tributária, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal, preservando o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, dando segurança jurídica ao funcionamento das sociedades cooperativas. Nesse contexto, o presidente do Sistema Ocepar destacou ainda que: “Cientes da necessidade da boa representação no Congresso Nacional, o Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e, aqui no Paraná, o Sistema Ocepar, decidiram investir num Programa de Educação Política junto ao seu público interno nas últimas eleições, e que se tornou uma referência sobre como uma sociedade organizada pode buscar ser bem representada no local onde são tomadas importantes decisões que impactam em nosso dia a dia.” Ainda de acordo com ele, trabalho semelhante está sendo realizado no Paraná, junto à Assembleia Legislativa do Paraná.
Desafios - Em seu pronunciamento, Ricken falou ainda sobre as expectativas em relação ao futuro. “Nosso desejo é que o nosso Estado e o nosso País se mantenham no caminho do desenvolvimento, com garantia de pleno funcionamento das nossas instituições públicas e que se estabeleçam modelos de gestão profissional, à semelhança da evolução ocorrida na iniciativa privada, onde houve avanços em relação ao comando político e à gestão profissional. Temos que apoiar as iniciativas do Governo do Paraná para que possa avançar na solução das deficiências ainda existentes, principalmente em relação à infraestrutura, tais como: portos, ferrovias, rodovias, mais energia, conectividade, dentre outras, origem dos custos elevados da logística, que têm penalizado a nossa competitividade, em especial para as comunidades mais distantes dos centros consumidores.”
Clique aqui e confira o discurso do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, na íntegra
FOTOS: Cassiano Rosário
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