Empréstimo pessoal em cooperativas custa metade dos bancos
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Matéria publicada no jornal Valor desta terça-feira deixa o leitor confuso, pois enquanto a manchete diz que "com taxas menores para desconto no contra-cheque, bancos conquistam público" e "cooperativas perdem terreno", a tabela, que publicamos abaixo, deixa bem claro que as cooperativas de crédito continuam praticando taxas inferiores que dos bancos, seja em empréstimos para pessoas físicas, em cheque especial ou para pessoas jurídicas (desconto de cheques, duplicatas). Muito mais baixas. Por exemplo, enquanto a taxa média dos bancos, em empréstimo pessoal para pessoas físicas, fica em 6,09%, a taxa média das cooperativas fica em 3,0%. E enquanto o spread bancário médio fica em 4,79%, nas cooperativas fica em 1,70%, uma diferença de 185,76% a favor das cooperativas. A matéria mostra que o único setor onde os bancos estão oferecendo uma taxa média inferior às das cooperativas é nos empréstimos com desconto em folha.
Bancos x cooperativas* - Comparação entre taxas de juros e spreads |
|||
Pessoa física |
Pessoa jurídica |
||
Empréstimo pessoal |
Cheque especial |
Desconto de cheques/duplicatas |
|
Taxa média bancos |
6,09% |
8,51% |
4,23% |
Spread bancário médio** |
4,79% |
7,21% |
2,93 |
Taxa média cooperativas |
3,00% |
6,50% |
3,00% |
Spread cooperativas " médio** |
1,70 |
5,20% |
1,70% |
Diferença de spread |
185,76% |
38.65% |
72,35% |
Fonte: ABM Consulting, Anafac e Banco Central do Brasil * Dados de janeiro/2004. **Taxa básica de juros (Selic " jan/04) 1,30% ao mês |
Dinheiro do compulsório
- O texto do jornal diz que os empréstimos com desconto em folha de pagamento
(consignado) podem não ter feito o sucesso que se esperava, mas "provocaram
uma disputa entre as cooperativas de crédito e os bancos que operam essas
linhas. As cooperativas de crédito passaram a ter que concorrer com os
grandes, médios e até pequenos bancos privados em um território
que antes era cativo: os funcionários públicos. Os servidores
são o alvo preferencial dos bancos no crédito consignado, e as
instituições financeiras estão conseguindo oferecer empréstimos
a juros mais baixos do que os cobrados pelas cooperativas - em alguns casos,
uma média de 2,5% ao mês contra 3% ou 4%. Descontentes, os representantes
das entidades de representação das cooperativas de crédito
estarão hoje em reunião no Ministério da Fazenda para discutir
o assunto. As cooperativas querem acesso aos recursos dos empréstimos
compulsórios para poder concorrer com os bancos em taxas".