Em visita a Ocepar, Osmar Dias manifesta preocupação com a safra
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Em visita a sede da Ocepar, nesta segunda-feira (21), o senador Osmar Dias ouviu do presidente da entidade, João Paulo Koslovski um detalhado relato sobre as dificuldades que o setor do agronegócio está enfrentando com a comercialização da safra de trigo, preocupação das cooperativas com relação a próxima safra de verão e também sobre a Medida Provisória 232/2004. Na oportunidade, Koslovski repassou ao senador um estudo detalhado sobre os principais pontos discutidos na reunião, onde estiveram presentes diversos assessores do senador.
Emenda - Sobre a MP 232, Osmar Dias afirmou que é inadmissível aceitar que o governo queira onerar antecipadamente em 1,5% os produtores rurais para efeito de retenção do Imposto de Renda em toda e qualquer comercialização agrícola. "Essa é uma taxação indevida e assessorado pela Ocepar e pela Faep apresentei uma emenda suprimindo o artigo 6º, além de discutir uma estratégia para aprovar esta emenda que suprimiria esta cobrança indevida. É um peso a mais sobre o setor produtivo que já está saturado", ressalta.
Câmbio - Osmar Dias disse que já vem alertando o governo federal, para o endividamento que ameaça os agricultores brasileiros, em razão da taxa de câmbio, que está fixando o valor do dólar entre R$ 2,50 e R$ 2,60. Ele disse que, embora o governo esteja comemorando números no crescimento econômico, essa comemoração não condiz com a realidade. "Se nós pegarmos o agronegócio que foi, sem nenhuma dúvida, a salvação da lavoura no ano passado, veremos que, neste ano, estamos com um problema sério, para o qual o governo ainda não atentou, mas, pelo contrário, dá demonstrações claras de que ainda não considerou o que poderá ocorrer com a comercialização da safra que começa a ser colhida", disse Osmar Dias.
Depressão - De acordo com Osmar Dias, essa safra foi plantada na vigência de um câmbio que fixava o dólar a R$ 3. Em conseqüência, o custo da produção foi construído na expectativa de que a colheita seria feita com base nesse câmbio. No entanto, no momento em que a safra está sendo comercializada, o preço do dólar cai para algo em torno de R$ 2,50 a R$ 2,60. Conforme o senador, isso gera uma depressão de preços que, em algumas culturas, chega a 50%, como, por exemplo, no caso da soja, que é a principal commoditie brasileira e a que tem trazido mais divisas na balança comercial. Em sua avaliação, isso vai afetar a economia nacional, assim como a economia de milhares de pequenos, médios e grandes produtores. Outro ponto destacado pelo senador também é a questão climática, onde a forte estiagem trará prejuízos ainda não calculados para a próxima safra. "Estamos apreensivos e partilhamos esta preocupação com a Ocepar e vamos levar ao ministro da Fazenda e da Casa Civil estes estudos para que sejam viabilizadas medidas para aliviar este quadro de crise que ocorrerá na comercialização da safra", disse.
Política equivocada - Sobre a falta de recursos para a comercialização de trigo, o senador afirmou que a política adotada é totalmente equivocada. "Chega ser inacreditável porque nós colhemos uma safra em torno de 6 milhões para um consumo de 10 milhões de toneladas, não há porque portanto sobrar trigo nos armazéns. Para mim é a política governamental que esta equivocada porque privilegia a farinha importada, especialmente da Argentina, fazendo com que nossos triticultores fiquem impossibilitados de comercializar, o preço de garantia de R$ 400 a tonelada e o mercado aponta para apenas R$ 340 no máximo o que significa uma perda enorme não só para o setor agrícola mas para o País, afinal, quem irá plantar trigo na próxima safra se a política for assim?", questiona Osmar Dias. Ele sugere que o governo adquira toda a produção estocada e depois comercialize da melhor forma. "Há uma má vontade de resolver e capitalizar o setor e assim o trigo continua ocupando um espaço onde deverá entrar a próxima safra, fazendo com que isto o produtor fique ainda mais apreensivo", disse
Sugestões - Na avaliação do presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, a reunião com o senador Osmar Dias foi extremamente positiva, na medida que o parlamentar acatou e se comprometeu levar adiante as sugestões apresentadas. "O senador tem se mostrado um importante parceiro do cooperativismo como diversos outros parlamentares. É de fundamental importância de que estejamos sempre em contato com nossos representantes em Brasília, no sentido de antecipar as possíveis dificuldades que o setor deverá enfrentar na próxima safra e como o Osmar é um político com ligação forte ao meio rural e cooperativista, entregamos à ele uma série de propostas para que sejam encaminhadas aos Ministros da agricultura, Fazenda e Casa Civil, para que providências venham ser agilizadas para diminuir as dificuldades que o setor possivelmente enfrentará neste ano", lembrou Koslovski. O líder cooperativista disse que em diversos contatos feitos com o senador, muitos encaminhamentos foram agilizados graças a sua intervenção junto ao Executivo.