EM DISCUSSÃO, O BALANÇO SOCIAL

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Num dos mais importantes grupos de discussão do cooperativismo de trabalho o tema mais importante e polêmico é o "Balanço social das cooperativas", que já foi abordado neste informativo. Justifica-se que a publicação do balanço social das cooperativas pode ser uma estratégia para anular pelo menos parte do preconceito do Ministério Público e outros técnicos do governo quanto à atuação das cooperativas de trabalho. Na edição de ontem deste informativo vimos que, enquanto a Organização Internacional do Trabalho lançou um livro sobre cooperativas de trabalho, a OCB buscava uma aproximação com o Ministério Público visando a melhor compreensão da atuação das cooperativas de trabalho. Sabe-se que parte da má imagem do ramo trabalho junto às autoridades é causada por falsas cooperativas, que surgiram com a terceirização na prestação de serviços. E a propósito do balanço social das cooperativas, transcrevemos, a seguir, parte do artigo do diretor do Ibase - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas1, Cândido Grzybowski, cujo texto completo pode ser visto no endereço http://www.balancosocial.org.br/bib04.html.

Balanço social - "Por que Balanço Social? A razão primeira e fundamental de uma empresa é econômica: produzir, trocar, distribuir bens e serviços de que necessita uma sociedade como um todo. Mas ao exercer a sua função, a empresa estabelece relações com atores sociais concretos, usando recursos que são patrimônio de todos, num contexto social, político e cultural muito definido. A dimensão social não é algo externo, mas intrínseco à atividade econômica. Porém, a segmentação entre econômico e social e a própria negação do social foi e é ainda uma regra dominante. As concepções e práticas de desenvolvimento entre nós sempre priorizaram o crescimento econômico e tomaram o social como mero derivativo daquele. O resultado disto tudo está aí escancarado e ameaçador: um país que cresce excluindo, aumenta a riqueza e aprofunda a desigualdade. No século que está acabando, o Brasil apresenta notáveis índices de expansão econômica, mas está vergonhosamente fazendo companhia aos mais injustos socialmente. Longe de mim atribuir unicamente às empresas a responsabilidade por esta situação. No entanto, o modelo de desenvolvimento excludente tem nelas um de seus eixos fundamentais. Mais ainda, a solução da exclusão social no Brasil passa pelas empresas. E pior, um sociedade justa e sustentável passa necessariamente por novas práticas empresariais, que integram o social e o ambiental nas suas estratégias econômicas, (Cândido Grzybowski, diretor do Ibase).

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