EDUCAÇÃO POLÍTICA: Sistema Ocepar promove workshop sobre eleições municipais
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O Sistema Ocepar deu início, na sexta-feira (14/06), ao Workshop para as Eleições Municipais, com a realização do primeiro dos quatro módulos que fazem parte da programação, que segue até setembro. O tema deste evento foi “As eleições municipais e a construção do cenário político futuro”, com palestra do jornalista e cientista político Silvio Cascione, diretor de pesquisa do Grupo Eurasia no Brasil, empresa de consultoria e pesquisa de risco político com atuação em vários países.
Omissão - Organizado pela coordenação de Relações Institucionais do Sistema Ocepar, o workshop é dirigido aos representantes das cooperativas que integram o Programa de Educação Política da entidade. Ao abrir a programação, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou a relevância do trabalho e a presença de mais de 50 participantes neste primeiro módulo. Segundo Ricken, o objetivo deste trabalho é buscar o voto consciente. “A omissão é o pior dos pecados. Quando nos omitimos só nos resta reclamar de que tudo está errado”, declarou.
Cenário - O palestrante falou sobre o cenário das eleições municipais, as tendências, as regras, o calendário eleitoral, o financiamento das campanhas com o fundo eleitoral, as federações partidárias, o papel do prefeito, as reformas, entre outras assuntos. De acordo com Cascione, o cenário eleitoral desse ano se mostra bastante favorável aos atuais prefeitos que parecem ter certa vantagem em relação à oposição. “Deve haver um grande percentual de reeleição”, acredita Cascione.
Responsabilidade e autonomia - Ele lembrou que, desde a Constituição de 1988, os prefeitos ganharam uma série de responsabilidades e mais autonomia. São os prefeitos que têm responsabilidade direta sobre várias políticas públicas especialmente nas áreas de saúde, educação, organização da cidade, uso do solo e zeladoria municipal. “É a autoridade diretamente vinculada ao bem-estar e ao dia a dia da população já que os serviços básicos estão diretamente ligados ao prefeito”, pontuou o palestrante.
Restrição orçamentária - Segundo Cascione, um problema grave por todo o país é que muitas vezes os municípios têm muito mais responsabilidades do que capacidade de execução pela situação financeira e restrição orçamentária. Além disso, muitos não têm corpo técnico qualificado e dependem do estado e do governo federal. “É um posto muito estratégico porque está diretamente lidando com temas concretos do dia a dia da população, com problemas da vida real que colocam essas autoridades em contato direto com o eleitorado, mas em estado de dependência muito elevado de hierarquias superiores”, frisou.
Fatores locais - Na avaliação do especialista, as eleições municipais serão mais decididas por fatores locais. “O eleitor não vai votar para prefeito pensando em premiar ou punir o presidente que está lá. Ele vai aprovar ou rejeitar o gestor da cidade”, disse. Por isso, segundo o palestrante, o resultado da eleição é mais definido por aquilo que o prefeito é capaz de mostrar e, com dinheiro em caixa para fazer obra, é beneficiado.
Insatisfação - Questionado sobre o quadro político atual no Brasil e em vários outros países, onde se evidencia a polarização, com extrema direita ou extrema esquerda, o palestrante disse acreditar que a situação se deve a um sentimento arraigado de insatisfação e de falta de representatividade por parte do eleitorado.
Próximos módulos - Os próximos módulos terão como tema: Boas Práticas para Organizações Cooperativas em Período Eleitorais, com Flavio Pansieri (dia 28/06, às 14 horas); Financiamento e Doações para Campanhas – regras atuais, com Orlando Moisés Pessuti (dia 16/08, às 9h30) e Comunicação Corporativa em Períodos Eleitorais, palestrante a definir (dia 06/09, às 9h30).