ECONOMIA: Mantega diz que política monetária terá papel mais ativo contra crise
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O Brasil está mais preparado do que em 2008 para enfrentar um eventual agravamento da crise no cenário global, devendo usar mais estímulos monetários que fiscais, disse nesta segunda-feira (22/08) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a política monetária deverá ter um papel mais ativo, enquanto a fiscal ficará mais “na defensiva”. Falando após receber o prêmio “Economista do ano”, promovido pela Ordem dos Economistas do Brasil, Mantega afirmou que o governo vai manter o esforço fiscal nos próximos anos, até 2014, controlando gastos de custeio, para permitir o aumento do investimento público e para possibilitar que, no futuro, o Banco Central possa reduzir juros, quando arrefecerem as pressões inflacionárias.
Países emergentes - O ministro disse que o crescimento mais fraco da economia global, com risco de recessão nos EUA, na Europa e no Japão, tende a enfraquecer também o ritmo de expansão dos países emergentes. A Fazenda, contudo, ainda não alterou as previsões de crescimento do PIB do Brasil para 2011 e 2012, mantendo-as em 4,5% e 5%, pela ordem.
Revisões - Eventuais revisões para baixo vão depender especialmente do cenário internacional, disse Mantega. Quanto ao momento em que os estímulos monetários poderão começar a ser usados, o ministro afirmou que isso depende do BC. “Cabe à autoridade monetária definir se os juros serão cortados neste ano ou se os compulsórios dos bancos serão reduzidos”.
Confiança - Mantega mostrou confiança de que a inflação terminará 2011 abaixo do teto da meta, de 6,5%, dizendo acreditar que o IPCA ficará em 0,3% a 0,4% ao mês até o fim do ano. E reiterou a solidez da economia brasileira para enfrentar a crise, dizendo que o país tem um volume elevado de reservas internacionais, próximas de US$ 350 bilhões, conta com a força do mercado interno, uma situação fiscal confortável e um sistema financeiro sólido, além de juros e compulsórios elevados – em caso de deterioração do quadro internacional, há espaço para reduzi-los. (Valor Econômico)