DIA DO COOPERATIVISMO III: Seminário Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável
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Após o encerramento da solenidade de lançamento do Programa Inserção Sustentável das Cooperativas no Mercado de Carbono, ontem (16.07), na sede da OCB, em Brasília (DF), foi o realizado o "Seminário Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável", que também fez parte das atividades idealizadas pelo Sistema OCB em comemoração ao 86º Dia Internacional do Cooperativismo. A data, festejada sempre no primeiro sábado de julho, vem sendo lembrada durante todo o mês.
Agroenergia - Há espaço para a agroenergia nos sistemas agroalimentares sustentáveis da agricultura familiar do Brasil? Este foi o foco principal da primeira palestra do evento - "Oportunidades e desafios para a inserção da agronergia no modelo de agricultura familiar sustentável" -, proferida pelo pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Airton Spies. "A agroenergia para produtores familiares do Brasil é viável quando se basear em aproveitamento de subprodutos da propriedade - como produção de biogás a partir de dejetos dos animais - e de biomassa, como lenha originada de pequenos reflorestamentos que aproveitam as áreas marginalmente aptas para agricultura", disse o pesquisador.
O que é viável - Segundos Spies, no Brasil existem mais de 4,3 milhões de propriedades rurais cujo modelo agrícola está baseado na agricultura familiar. A agroenergia entra nesse contexto de uma forma bem diferente do que na agricultura empresarial predominante no Brasil-Central. Biocombustíveis como o etanol e, principalmente o biodiesel, são commodities que tendem a apresentar pequenas margens de lucro por unidade, e os ganhos estão relacionados às economias de escala. Por isso, é preciso produzir grandes quantidades para se ter uma renda razoável para sustentar uma família, assinalou. Portanto, resumiu o pesquisador, no desafio de buscar a sustentabilidade da agricultura familiar, os biocombustíveis e o biodiesel produzido a partir de grãos não são opção viável. "Os agricultores devem se dedicar às atividades de alta densidade econômica, que geram mais renda por área. Ou seja, devem produzir produtos que permitam fazer grandes negócios - em pequenas propriedades" - como a produção de frutas, hortaliças, leite, mel, flores, vinhos, plantas bioativas, criação de peixes, e produção de animais de forma intensiva.
Biomassa Residual da Plataforma Itaipu - "Biomassa Residual da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis" foi o tema da segunda palestra de ontem, proferida pelo assessor da Presidência da Itaipu Binacional, Cícero Bley. A Plataforma Itaipu de Energias Renováveis é uma iniciativa da Itaipu Binacional e seu objetivo é demonstrar a viabilidade técnica, econômica e ambiental do uso de outras fontes renováveis de energia. O Brasil tem assumido uma posição de liderança e pioneirismo nesta área, favorecido pelos recursos naturais, condições climáticas, elevada biodiversidade e forte produção agropecuária. A plataforma está instalada no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu (PR).
Biomassa e bioenergia - Bley explicou que a biomassa, que é a matéria orgânica passível de ser utilizada para a geração de energia, abrange tanto os biocombustíveis (como etanol e biodiesel) como a bioenergia. Já a biomassa residual é formada pelos dejetos e efluentes da cadeia produtiva. Segundo ele, a sua utilização como fonte renovável de energia, por meio de biodigestores, que geram biogás e biofertilizantes, é mais que viável do ponto de vista econômico - pois proporciona economia e gera novas receitas. Ela permite reduzir em 80% as cargas poluentes que hoje atingem a Bacia do Paraná 3. (Com informações OCB)