Decisão da OMC para o algodão beneficia cooperativas
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As cooperativas produtoras de algodão no Brasil conquistaram uma vitória inédita com a decisão da OMC (Organização Mundial de Comércio) de proibir os subsídios fornecidos pelo governo norte-americano aos produtores daquele país. "Deverá haver um crescimento sensível dos investimentos e dos resultados das cooperativas brasileiras de algodão, que respondem por cerca de 40% da produção do país", prevê o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas. A decisão da OMC deve oferecer novas perspectivas de escoamento para a possível colheita recorde este ano de algodão. Calcula-se que o Brasil produzirá 2,982 milhões de toneladas (35,19% a mais do que no ano passado). As colheitas nos dois maiores Estados produtores deverão aumentar em proporções recordes. A Bahia em 117%, e o Mato Grosso em 20%. O bom desempenho do algodão também vem levando ao aumento da área cultivada, que, de acordo com o Ministério da Agricultura, deverá chegar a 1.012 milhão de hectares em 2004, 37,7% superior ao ano anterior.
Precedente favorável
- "Essa vitória brasileira e, por extensão dos demais
países produtores, é um ponto favorável que reflete em
ganhos significativos a médio e longo prazo, além de que abre
precedentes para outras discussões sobre o dumping no mercado internacional",
complementa o diretor presidente da Coamo, engenheiro agrônomo José
Aroldo Gallassini, lembrando que a cooperativa já protagonizou ação
nesse sentido, há cerca de dez anos, e ofereceu apoio à Associação
Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), que moveu a ação
através de advogados americanos. "Há vários anos o
Brasil vem discutindo a ilegalidade dos subsídios americanos. Mas o EUA
não dá ouvido a esse tipo de solicitação",
argumenta o superintendente Comercial da Coamo Agroindustrial Cooperativa, Roberto
Petrauskas. O que foi aplicado de subsídios nos últimos 5 anos,
segundo ele, equivale a uma safra inteira de algodão americana.