Decisão da OMC estimulará investimentos em açúcar
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Em decisão histórica, o Brasil saiu vitorioso em disputa na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a política de subsídios da União Européia para o açúcar. A OMC deu razão ao Brasil, e também à Austrália e à Tailândia, os outros dois reclamantes, nos dois pontos levantados. Reconheceu que a UE importa 1,6 milhão de toneladas de açúcar de suas ex-colônias a preço de US$ 600 por tonelada (cotações atuais) e reexporta com subsídios a pouco mais de US$ 200. Os juízes da OMC também consideraram ilegal o mecanismo de "subsídio cruzado", pelo qual um benefício interno se transforma em apoio desleal à exportação. O Brasil alegou que todas exportações de açúcar branco da Europa, cerca de 5 milhões de toneladas anuais, são subsidiadas, causando prejuízo ao país de US$ 1 bilhão por ano.
Investimentos - A vitória brasileira, embora a UE ainda possa recorrer, vai determinar a antecipação de investimentos pelas usinas brasileiras. O objetivo é aumentar a produção para ocupar boa parte da fatia da UE no exterior, até 3 milhões de toneladas. Eduardo Carvalho, presidente da Unica (que reúne usinas paulistas) estimou que a receita brasileira com açúcar deve crescer de US$ 500 milhões a US$ 700 milhões. A participação do Brasil no mercado internacional poderá saltar de 40% para 60%. O setor sucroalcooleiro emprega 1 milhão de trabalhadores no país e os novos investimentos devem criar cem mil empregos, segundo o executivo. "Hoje foi o dia D, ganhamos a guerra", disse Carvalho, que se emocionou e chorou ao conversar com jornalistas. No Itamaraty, o chanceler Celso Amorim comemorou: "Depois do algodão, do açúcar e do resultado de Genebra, acho que estamos muito bem". (Com informações do Jornal Valo Econômico)