Crise no campo já atinge comércio e consumidores

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Matéria publicada no jornal Gazeta do Povo desta quarta-feira (17/8) de autoria da jornalista Miriam Gasparim, mostra que tanto o comércio como os consumidores paranaenses já sentem os reflexos da crise enfrentada pelo campo devido às perdas agrícolas da última safra de verão. Segundo a matéria, as vendas do comércio varejista do Paraná ficaram bem abaixo da média nacional. No primeiro semestre do ano, o comércio paranaense acumulou aumento do faturamento de apenas 0,46% - a média nacional foi de 4,64% - refletindo a crise da agricultura. O jornal ouviu o economista e consultor da Federação do Comércio do Paraná (Fcomércio), Vamberto Santana. Para ele, apesar da mudança do perfil econômico do estado nos últimos anos, decorrente da instalação de montadoras de automóveis, a agricultura continua tendo um grande peso na economia do Paraná. “A quebra da safra de verão em razão da estiagem no início do ano e a perda de preço das principais commodities causaram a queda na renda do produtor, refletindo-se no faturamento do comércio. Isso ocorreu com maior intensidade no interior”, explica Santana.

Supermercados - Outro ponto destacado pela reportagem é sobre a retração também no setor alimentício. Ao contrário da média brasileira, as vendas de supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caíram pelo segundo mês consecutivo. Na média brasileira, este setor aumentou o seu faturamento no mês de junho em 2,02%, mas no Paraná houve queda de 5,26%. No primeiro semestre, as vendas dos supermercados e hipermercados que operam no estado amargaram perda de quase 4%. Vamberto Santana da Fecomércio explica que a queda do setor no Paraná é conseqüência do aumento das vendas de marcas alternativas, cujos preços são menores, com reflexo direto sobre o faturamento das redes supermercadistas. “Com a perda da renda, o consumidor paranaense encontrou na compra de produtos com preços menores uma saída para a dificuldade momentânea”.

Ocepar - Na opinião do superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, os números evidenciados na matéria do jornal Gazeta do Povo de hoje (17/8) somente comprovam a importância que a agropecuária tem sobre a economia dos municípios e do estado como um todo. “A retração do mercato é um fato consumado. Um forte exemplo de toda esta importância econômica do campo, são as próprias cooperativas agropecuárias. Basta conhecer qualquer município do interior do Paraná que possuí uma cooperativa instalada, para ver o quanto ela é responsável pela vida daquela comunidade. Hoje as cooperativas contribuem de forma efetiva para o desenvolvimento do Paraná e quando a crise se instala no campo, como aconteceu na última safra, as cooperativas sentem, o comércio sente e também os consumidores, por isso defendemos de que os governos devem dar o devido tratamento para este setor tão vital, não privilégios, mas sim ter o devido reconhecimento, o que não acontece”, salienta Ricken.

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