CRISE NO CAMPO I: Presidente da Ocepar mantém contatos em Brasília

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Um dia antes de o governo anunciar as novas medidas para o setor agrícola brasileiro, o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski manteve em Brasília nesta quarta-feira (24/05) uma série de contatos importantes. Em companhia do diretor da Ocepar, Luiz Roberto Baggio, Koslovski participou de uma reunião na sede da OCB, com integrantes da comissão constituída pela entidade para debater a situação de crise. Esta reunião foi coordenada pelo presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas. Koslovski também participou de encontros com membros da Comissão de Agricultura tanto do Senado como da Câmara e com o assessor do ministério da Fazenda, José Gerardo Fontelles.

Mapa – Koslovski também participa de uma audiência com o ministro, Roberto Rodrigues, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), quando fará a entrega de um documento elaborado pela entidade, o mesmo que foi entregue ao ministro Paulo Bernardo na segunda-feira (22/05), em Curitiba, na sede da Ocepar. Neste documento, Koslovski ressalta que as cooperativas paranaenses necessitam de uma renegociação de seus débitos com novos prazos de pagamento e com carência adequada. O dirigente disse que o ministro Paulo Bernardo tem sido um importante interlocutor das cooperativas junto ao Governo.

Expectativa – O presidente da Ocepar diz que aguarda o anúncio das medidas do governo com apreensão, afinal, a crise no setor vem se avolumando e os protestos de produtores estão se intensificando em todo País. “Esperamos que nesta quinta-feira (25/05) o governo anuncie um alongamento de médio e longo prazo das dívidas dos agricultores, principalmente em relação ao custeio agrícola e pecuário, dando no mínimo uma amplitude de 10 anos para que o produtor tenha condições de honrar com esses compromissos”. O dirigente lembra que somente no Paraná as perdas chegaram a mais de 10.3 milhões de toneladas de grãos. “Esperamos que a parcela do FAT Giro Rural possa ser prorrogada para um período de 10 anos e que a Securitização, Pesa e o Recoop que são operações de alongando dívidas, possam receber um tratamento especial. Até agora o governo não atendeu a esses pleitos”, lembra Koslovski.

Parcelamento de dívidas - O dirigente ressalta que solicitou ao governo que essas dívidas (Securitização, Pesa e o Recoop), sejam prorrogadas, principalmente as parcelas que vencem agora para o final do contrato, para pagamento de 12 e 24 meses após o pagamento da última parcela prevista no contrato atual. Koslovski também espera que o governo anuncie as medidas estruturantes, como a desoneração tributária de insumos e produtos, seguro rural e captação de recursos externos para atender melhor a agricultura.

Preocupação do setor – Para o líder cooperativista há uma grande preocupação por parte dos produtores e das cooperativas com relação aos recursos livres que foram captados no mercado, devido a falta de crédito rural suficiente, para a viabilização do fornecimento de insumos para os produtores, através das cooperativas e fornecedores. “Esses recursos não estão amparados por nenhuma medida anunciada até agora pelo governo. Queremos também que sejam incluídos e tenham uma condição de tratamento especial, com prazo para pagamento em até 10 anos, com dois anos de carência, temos no Paraná um volume significativo de negócios realizados desta forma”, destaca.

Comercialização – No documento, a Ocepar também pede para que o governo continue alocando recursos para a comercialização da safra, produtos como, milho, algodão e arroz estão com o preço de mercado abaixo do mínimo. A Ocepar também defende a liberação e o anúncio imediato dos recursos para o Plano Safra 2006/2007, para que o produtor possa se planejar melhor. Além da liberação das garantias excedentes que existem em várias operações – conforme Koslovski explica: “por exemplo, o produtor que fez a Securitização e o Pesa, já pagou a parcelas, então o governo poderia liberar esses excedentes que já foram pagos em relação as garantias facilitando as novas operações dos produtores”. O presidente da Ocepar espera retornar de Brasília na próxima sexta-feira (26) com boas notícias para o setor.

Clique no ícone abaixo e ouça o comentário de João Paulo Koslovski sobre a crise no campo.

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