CRISE NA AGRICULTURA II: Ministro Roberto Rodrigues aguarda recursos para o setor

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O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anunciou durante reunião realizada na quarta-feira (15), na Câmara dos Deputados, que os produtores de milho e soja prejudicados pela forte seca ocorrida no Sul e em partes do Centro-Oeste do país devem contar com créditos adicionais no plano do governo para o próximo ano-safra, que começa em 1º de julho. "Espero ter esse adicional de crédito para resolver os problemas causados pela seca, principalmente no milho e na soja", afirmou. Rodrigues disse também que o Plano de Safra 2005/2006 da agricultura empresarial, que será anunciado até o fim deste mês, contará com mais recursos do que os R$ 39,45 bilhões da safra (2004/2005. “Negociamos com a área fazendária para que os juros médios sejam mais baixos”, informou. O ministro negocia a ampliação da “equalização” dos juros pelo Tesouro Nacional - que bancaria a diferença entre as taxas de mercado e os juros do crédito rural. Aos parlamentares, a maioria da bancada ruralista da Câmara, Rodrigues afirmou que pediu mais recursos para aumentar as compras diretas do governo (AGF) para auxiliar a comercialização e sustentar as cotações de arroz e de trigo da atual safra).

Crise política - Ele negou que as denúncias de corrupção no Congresso feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) dificultem as negociações dos recursos para o Plano de Safra dentro do governo. E aproveitou para lembrar a extensão da crise de renda do setor agropecuário. "Os custos subiram, os preços caíram, as dívidas aumentaram e a renda sumiu", afirmou. "Essa crise é muito maior do que se imagina. Vivemos um capítulo doloroso".

Desabafo - O ministro também criticou o baixo orçamento do Ministério da Agricultura. "Estamos na contramão da importância sócio-econômica que o setor representa", reclamou. E disse que "precisa" de mais recursos para pesquisa e defesa agropecuárias. "Não é só para combater doenças, mas para desenvolver a rastreabilidade e a certificação, fatores sensíveis e indispensáveis para a competitividade do agronegócio. Mas depende de recursos para isso". Segundo ele, a Pasta já representou 1% do Orçamento Geral da União. "Hoje, só temos 0,3% e metade disso é da Embrapa". Embalado por várias "estórias" e "causos" da roça, Rodrigues ensaiou uma crítica à política econômica conduzia pelo colega Antonio Palocci (Fazenda). "Não vou falar de câmbio nem de juros por razões óbvias, mas posso falar dos problemas de logística e infra-estrutura", afirmou. (Valor Econômico).

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