CRISE NA AGRICULTURA I: Produtores realizam protesto em Goioerê

Cerca de 500 agricultores de Goioerê e região realizaram na manhã desta quarta feira (8), uma grande manifestação para reivindicar, principalmente, o alongamento da dívida que eles possuem com cooperativas e agentes financeiros, sem perder o direito do crédito para a próxima safra. Os produtores tiveram prejuízos com a estiagem verificada na presente safra e, além disso, os custos de produção foram muito altos e os preços dos seus produtos caíram, embalados com a sobrevalorização do real frente ao dólar. Os produtores se concentraram a partir das 8 horas da manhã no Parque de Exposições da cidade e, em seguida, realizaram um “tratoraço” pelas principais ruas e avenidas de Goioerê, estacionando em frente a agência do Banco do Brasil. No último dia 31 de maio, foi realizada em Londrina manifestação semelhante e que contou com a presença de 12 mil produtores.

Discursos - Num carro de som, as principais lideranças agrícolas do município usaram da palavra, enaltecendo a necessidade do governo federal tomar providências urgentes em favor da agricultura, para que não haja colapso na produção da próxima safra. “Queremos mais respeito com a nossa atividade e condições para continuarmos produzindo alimentos para o povo”, disse emocionado o agropecuarista João Roberto de Oliveira Coelho, um dos líderes do movimento, informando que o manifesto é pacifico e visa sobretudo chamar a atenção das autoridades.

Pomini - O presidente da Coagel, Osmar Pomini também usou da palavra. Ele disse que a cooperativa está solidária com as justas reivindicações dos agricultores. “Tire o traseiro da cadeira e vá comprovar o que está acontecendo com os nossos agricultores”, disse o dirigente da Coagel dirigindo-se ao governo. “Queremos que seja estabelecida uma política agrícola condizente com a realidade”, disse.

Micheletto - O deputado federal Moacir Micheletto enviou uma mensagem gravada onde também se solidarizava com os agricultores. Também o senador Osmar Dias, igualmente em mensagem gravada, diz estar desanimado e insatisfeito com a paralisia do governo federal em resolver a situação dos agricultores que foram penalizados pela estiagem, pelo alto custo de produção, pelos juros altos e pela desvalorização do dólar. Outras autoridades e produtores também utilizaram da palavra, sempre enaltecendo a necessidade urgente do governo fazer alguma ação para minimizar os problemas que são enfrentados atualmente pelos agricultores.