CRISE DA AGRICULTURA: Governo anuncia liberação de R$ 3 bilhões aos produtores rurais

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Depois de se reunir com líderes dos produtores rurais no Palácio do Planalto, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que grande parte das reivindicações do setor foi atendida pelo governo federal. A primeira diz respeito à liberação de R$ 3 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que os produtores de fora do Rio Grande do Sul possam refinanciar as suas dívidas com a iniciativa privada. Os agricultores gaúchos, que perderam grande parte de sua safra em função da seca, estão fora deste benefício porque serão contemplados com R$ 1 bilhão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), verba anunciada recentemente pelo governo para que possam refinanciar suas dívidas. Os recursos serão liberados via BNDES e poderão ser operados pelas cooperativas de crédito.

Reunião com lideranças cooperativistas - Lula fez o anúncio durante audiência que concedeu às lideranças dos produtores rurais. Sentados à mesa ao lado do presidente estavam o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e o presidente da CNA, Ernesto de Salvo. Na sala estavam diversos parlamentares, dirigentes de organizações de cooperativas, cooperativas, presidentes de federações de agricultura. O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, acompanhou a audiência junto com diversas lideranças cooperativistas paranaenses.

Confiança - Márcio Lopes de Freitas elogiou a sensibilidade do presidente da República e manifestou a Lula a confiança do cooperativismo brasileiro no governo. “Nossa confiança é tanta, senhor presidente, que cedemos o melhor dos nossos quadros, o ministro Roberto Rodrigues, para servir ao seu governo”. Lula garantiu que vai liberar a importação de insumos químicos, como defensivos e fertilizantes, e a fixar em R$ 23,00 o preço do arroz irrigado, assegurando a comercialização de 1,5 milhão de toneladas. O presidente disse, ainda, que tentaria chegar aos R$ 25,00 por quilo, conforme a reivindicação dos produtores, mas que isso ainda dependeria de uma consulta ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Novos empréstimos - Segundo o ministro da Agricultura, o governo também deverá reavaliar os valores dos patrimônios dos produtores rurais como garantias para fazerem novos empréstimos com a União, outra reivindicação dos produtores. Eles alegam que os seus bens e patrimônios hoje valem mais do que quando foram avaliados no passado como garantias para tomar empréstimos. O governo, disse Rodrigues, vai facilitar a importação de insumos agrícolas de países do Mercosul, flexibilizando as regras burocráticas. Além disso, poderá ficar mais barata a importação de insumos agrícolas, como defensivos e fertilizantes, utilizados para produtos que sejam exportados. Atualmente, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) limita esse benefício (chamado drawback) apenas para alguns produtos.

Prejuízo de R$ 10 bilhões - O ministro da Agricultura explicou que essas reivindicações dos produtores rurais foram atendidas de imediato porque o governo reconhece a crise da agricultura vivida neste ano, em função do aumento dos custos de produção; da redução do preço agrícola de alguns produtos, em especial do arroz, milho, trigo, soja e algodão; e das forte seca enfrentada em algumas regiões do país. Os prejuízos sofridos pelo setor foram calculados pelo ministro em R$ 10 bilhões. "Tínhamos uma previsão inicial de uma safra de grãos de 132 milhões de toneladas e só vamos colher 113 milhões", disse.

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