CRISE DA AGRICULTURA: Alerta do Campo reúne 20 mil produtores em Brasília

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Desde o começo da manhã desta quarta-feira (29), vinte mil produtores rurais vindos de 11 estados marcham em direção ao Palácio do Planalto, em Brasília. Segundo os organizadores do “Tratoraço – Alerta no Campo”, que tem hoje seu principal dia de manifestações, pretendem demonstrar à sociedade e às autoridades brasileiras a situação crítica que passa a agricultura e pecuária brasileira. Os altos custos de produção, a defasagem cambial baixa, a baixa remuneração da atividade, a falta de mecanismos de sustentação dos preços agrícolas, uma infra-estrutura deficiente e importações predatórias, são alguns dos reclamos do campo nesta grande manifestação. Ainda no fechamento desta edição (14h00), lideranças do setor produtivo, deputados e senadores que integram a bancada agrícola aguardavam, desde as 11h00 serem recebidos em audiência pelo presidente Lula para apresentarem a real situação de produtores e cooperativas. O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, que está em Brasília acompanhando estas manifestações afirma que espera que o governo seja sensível e atenda os principais pleitos do setor. “Vivemos um momento muito difícil e que precisa de uma atenção especial do governo e acredito que esta mobilização mostrará para a sociedade e ao próprio governo sobre nossas necessidades”, lembrou.

Apitaço – Na tarde de ontem, terça-feira (28), os produtores realizaram um apitaço em frente ao Congresso Nacional em Brasília e no Ministério da Fazenda. Os manifestantes seguiram para o Congresso Nacional para acompanhar as lideranças que participaram de audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara Federal e que acabou sendo realizada em baixo da lona montada na esplanada dos ministérios, onde lideranças, deputados e senadores discursaram.

Negociações - A coordenação do movimento informou que irá concentrar esforços nas negociações políticas, para que o governo atenda a pauta de propostas apresentadas pelo setor. Os manifestantes não querem sair de Brasília somente com promessas. Querem efetividade e não anúncios de medidas que depois não saem do papel. “Dentro da porteira da fazenda nós sabemos o que fazer”, explicou Homero Alves Pereira, coordenador do movimento. “Mas o governo não pode ser tão relutante em atender as nossas reivindicações”, acrescentou. O coordenador do Tratoraço diz que o interlocutor do setor junto ao governo tem sido o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Mesmo assim, os setores do governo não dão o devido respaldo às reivindicações do ministro. Ele aponta, inclusive, a área econômica como a mais insensível à crise no setor. “Outros países consideram a agricultura como uma atividade estratégica e dão subsídios ao setor”, explicou. “Mas no Brasil não valoriza o homem do campo”, finalizou.

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