COOPERLAC, COOPERATIVISMO COMO SOLUÇÃO
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Alternativa - Segundo o presidente Edemar Rockenbach, um dos fundadores da Cooperlac, ?apesar da experiência anterior, os produtores concluíram que o cooperativismo era a única saída para que pudessem viabilizar suas propriedades e continuar na atividade?. Hoje ela conta com 1.030 cooperados que atuam em aproximadamente 20 municípios da região, produzem 2,4 milhões de litros/mês, ou seja, uma média diária de 80 mil litros e de cinco mil suínos mensais. Toda a produção é entregue para a cooperativa central, Sudcoop de Medianeira. Cerca de 60% dos cooperados são pequenos, 35% médios e apenas 5% são considerados como grandes.
Sobras e confiança - Com uma administração enxuta, com apenas 17 funcionários, a Cooperlac no ano passado obteve um faturamento de R$ 24 milhões, gerando uma sobra de R$ 139 mil. Deste total, R$ 62,5 mil (45%) foram distribuídas aos cooperados durante a última Assembléia Geral Ordinária. ?Sabemos que é um valor pequeno, mas que representa muito para os cooperados, afinal, conseguimos encerrar o ano sem prejuízos e atendendo as necessidades de nossos cooperados?, lembra o presidente.
Resistências ? ?No início, durante a constituição da cooperativa ? conta Rockenbach ? encontramos muita resistência, que aos poucos foi sendo substituída pela confiança em nossa administração. Diariamente somos procurados por produtores querendo se associar, além de receber visitas de outras cooperativas co-irmãs querendo saber qual o segredo do nosso êxito?, conta. E para fortalecer estes intercâmbios dentro do sistema cooperativista e mostrar a realidade fora da região, recentemente um grupo de 42 produtores participaram da 1ª Agroleite, exposição de gado leiteiro da cooperativa Castrolanda, em Castro. ?Hoje, já somos, em volume, a principal bacia leiteira do Paraná. Levamos então nossos cooperados para conhecer uma região que é campeã em produtividade. Visitamos propriedades e pudemos trazer alguns exemplos de Carambeí e de Castro para nossa realidade?, conta Edemar.
Empréstimos ? Dentro desta mesma filosofia de investir cada vez mais na atividade, a cooperativa criou, em maio do ano passado, um programa chamado Plano de Aquisição e Repasse de Novilhas e Vacas Leiteiras. Este programa consiste no repasse, dentro da área de ação da cooperativa, de animais excedentes dos produtores que investiram no melhoramento genético de seus plantéis. ?A finalidade é preservar o material genético evitando a transferência para outras regiões. Procuramos comprar novilhas e vacas que estão sobrando nos plantéis de nossos cooperados e repassamos, através de empréstimos em equivalência leite por dois anos, para produtores interessados. Cada associado pode comprar apenas cinco animais, para que todos possam ter a mesma oportunidade?, conta Edemar.
Futuro ? Com relação ao futuro, tanto das cooperativas de leite como do próprio sistema cooperativista, Edemar afirma que muita coisa tem que mudar. ?Com o mundo globalizado as cooperativas precisam se unir mais, trabalhar em parceria, caso contrário, todas elas, irão sucumbir. No setor de laticínios precisamos fortalecer nossas estruturas e unirmos forças em torno de uma só marca, racionalizar custos, tanto industriais, distribuição e comercialização. Mudar também a mentalidade dos cooperados, transformar o tirador de leite em verdadeiros produtores de leite, assim, estaremos cumprindo com nosso papel?, afirma.