Cooperativistas discutem Bolsa de Chicago com o ministro da Agricultura

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Uma comitiva formada por cooperativistas e representantes da Bolsa de Chicago apresentou nesta terça-feira (08) ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues uma proposta de instalação de uma sucursal da Bolsa de Chicago no estado do Paraná. A aproximação dos diretores da Bolsa de Chicago com o governo do Paraná e com o governo federal deve-se a um trabalho iniciado pelo presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, que vem destacando a importância da instalação da bolsa no Brasil. No início desta semana, Gallassini também acompanhou o presidente da Bolsa de Chicago, Charles Carey, em uma reunião com o governador Roberto Requião.

Viabilidade - Segundo Charles Carey, a reunião com o ministro foi extremamente positiva e criará caminhos para melhorar os preços aos produtores. “A expectativa é gerar contratos futuros para soja e milho, principalmente”, afirmou Carey. Ele informou que um encontro entre “players” do mercado em Londres, na Inglaterra, sinalizou a necessidade de viabilizar a comercialização de commodities de países como o Brasil, que tiveram um aumento vertiginoso no volume de produção. “Este é um momento histórico para melhorar a comercialização do complexo de soja do Brasil. Teremos a oportunidade de aumentar a participação dos produtos brasileiros no mercado internacional”, avaliou o presidente da Coamo.

Normatização - “Precisamos conhecer as necessidades do mercado brasileiro para podermos atendê-las da melhor forma”, afirmou o presidente da Bolsa de Chicago. Ele ressaltou a evolução da produção e comercialização de commodities brasileiras no exterior e disse que a idéia de abrir uma filial da Bolsa de Chicago surgiu em fevereiro deste ano quando visitou a sede da Coamo, no Paraná. O vice-presidente da OCB, Luiz Roberto Baggio, avalia que a bolsa é um instrumento muito importante para o mercado agrícola. “Com a instalação da bolsa no país, fecharemos contratos em reais e aumentaremos o acesso dos produtores ao mercado”, afirma. “Será uma novidade para o Brasil que acarretará em modernização e avanços na a comercialização. Agora discutiremos o processo de normatização desta proposta junto ao Banco Central e os aspectos tributários com a Receita Federal”, disse Baggio. A proposta de abertura da filial da Bolsa de Chicago também foi apresentada ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin; ao secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos e ao diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy.

Entusiasmo nas cooperativas - A definição da instalação de um escritório da Bolsa de Valores de Chicago no Paraná entusiasmou as cooperativas do Estado. A reunião, na última segunda-feira, entre o governador Roberto Requião e o presidente da bolsa, Charles Carey, foi acompanhada pelo presidente da Cooperativa Agropecuária Mourãoense (Coamo), José Aroldo Gallassini, que classificou a decisão como "marco histórico para as exportações". Segundo o presidente da Cooperativa Agropecuária de Maringá (Cocamar), Luís Lourenço, a implantação resolve os problemas que as cooperativas têm diante das restrições para envio de dinheiro ao exterior para atuar no mercado futuro. "A América Latina já produz mais de 50% da soja do mundo e já era hora de termos uma representação da bolsa na região. Diante das restrições para realizar as operações com a bolsa localizada em outro país, não temos liquidez no mercado futuro", ressalta. Apenas com a soja, a bolsa negocia 100 mil contratos diariamente.

Definição de preços - A implantação da bolsa no estado significa, na prática, que o Paraná passará a definir preços de commodities – notadamente grãos como soja e milho – no mercado nacional e latino-americano. De acordo com Gallassini, os produtores poderão firmar contratos de longo prazo, com a garantia de preço mínimo, o que permite calcular o lucro da colheita e quanto poderá investir no próximo ano. Para o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, a instalação é o "mecanismo facilitador" que faltava para o Paraná ampliar sua presença no mercado externo. "Somada às ações de controle sanitário, de rastreabilidade e de certificação que estamos desenvolvendo, a instalação contribui para que o Paraná tenha credibilidade, além de já oferecer quantidade e regularidade de oferta", explica. A fiscalização da Claspar – que impediu o embarque de 6 mil caminhões com soja impura – a ampliação do cais oeste e instalação de nova Estação Aduaneira do Interior (Eadi) em Ponta Grossa foram vistos pelo presidente da bolsa como "pontos preciosos no desenho do contrato de instalação". Como o porto é referência na exportação de grãos, a cotação adotada no Estado pode influenciar na definição do preço no mundo. (Fonte: OCB e Agência Estadual de Notícias)

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