Cooperativas gaúchas cobram liberação de R$ 300 milhões
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Às vésperas do início da safra de inverno, representantes de cooperativas gaúchas foram a Brasília para cobrar do governo federal a liberação dos R$ 300 milhões já anunciados para a renegociação da dívida dos produtores com o setor privado. O recurso seria utilizado para socorrer os agricultores prejudicados pela estiagem no Rio Grande do Sul, mas que até agora não chegou aos campos gaúchos. A medida entrará ainda nesta quinta, dia 28, na pauta de votação do Conselho Monetário Nacional (CMN). Somente com a aprovação do órgão, a verba começará a ser liberada. Ontrem(27), liders das 50 filiadas da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), foram recebidos pelo assessor especial do Ministério da Fazenda José Gerardo Fonteles, que prometeu agilizar a entrega dos recursos. Logo depois, o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, – que estava negociando a liberação dos recursos com a equipe econômica – também recebeu o grupo.
Produtor perdeu 53% da receita - O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, destacou as dificuldades do setor e pediu urgência na liberação dos recursos. Segundo o dirigente, 60% da safra agrícola do Rio Grande do Sul foram financiados pelas cooperativas agrícolas, e a dívida dos produtores rurais chega a R$ 1 bilhão. A renda dos produtores rurais gaúchos caiu mais de 53% este ano em relação ao ano passado por causa da seca ocorrida no Estado. Em 2004, o faturamento total do Rio Grande do Sul foi de R$ 10 bilhões até abril para a safra de verão, sendo que este ano o valor passou para R$ 4,6 bilhões. A economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Vivian Fürstenau, responsável pelo levantamento dos dados, que são apresentados na Carta de Conjuntura da instituição deste mês, diz que as maiores perdas foram para os produtores de soja. “A renda teve um decréscimo de 66% sobre 2004”, ressalta. (Zero Hora)