Cooperativas do Paraná esperam fechar o ano com US$ 1 bi em exportação

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Matéria publicada pelo jornal Gazeta do Povo desta segunda-feira (2), com manchete na capa, chama atenção para o crescimento das exportações do Paraná. A matéria foi produzida com assessoria da Gerência Técnica e Econômica da Ocepar.


No primeiro semestre de 2004, o agronegócio rendeu US$ 18,5 bilhões em exportações para o Brasil. Deste valor, US$ 1.054 bilhão partiu das cooperativas e o Paraná, sozinho, participou com US$ 562,6 milhões deste segmento, composto por sociedades de agricultores, que conseguem preços melhores para insumos e comercialização. Impulsionadas pela estabilidade na cotação do dólar e pelos bons preços de produtos agrícolas no exterior, as cooperativas paranaenses responderam por 53% do total exportado por todas as cooperativas brasileiras no ano. Em 2003, elas participaram com 48% do total no período. A força deste negócio é visível na quantidade de cooperativas agropecuárias.

Das 1.519 em todo o país, 69 estão no Paraná. Destas, 20 exportam para 60 países. Soja e frango foram os produtos mais vendidos. Os principais destinos dos embarques foram os países da União Européia e Ásia. Conquistar mercados por conta própria também faz parte do crescimento. O queijo paranaense, por exemplo, está na mesa de consumidores da Coréia, Japão e Chile. Para o assessor técnico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Júlio Pohl, o bom desempenho paranaense já era esperado. “As cooperativas do estado vem aumentando suas vendas externas e no primeiro semestre refletiram a boa situação nacional do setor. Elas também aproveitaram os bons preços no exterior”, afirma.

Para se ter uma idéia do papel desempenhado pelas cooperativas do estado, dos US$ 470 milhões de soja (grão, óleo e farelo) vendidos ao exterior, US$ 300 milhões saíram de uma única cooperativa, a Coamo Agroindustrial, de Campo Morão. O valor é quase o mesmo obtido durante todo o ano passado, quando a cooperativa exportou US$ 350 milhões, alcançando um faturamento de R$3,3 bilhões. Para o presidente da empresa, José Aroldo Galassini, o montante não chega a surpreender. “Os índices de produção, aliados à cotação do dólar, foram significativos no decorrer do ano”, explica. Os derivados de soja ainda respondem por cerca de 80% dos produtos exportados da Coamo.

A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), confirma o bom momento. “Nossos produtos tem uma qualidade que atende os países mais exigentes. As cooperativas se preparam para este momento”, comenta o assessor técnico da Ocepar, Robson Mafioletti. De acordo com ele, as cooperativas do estado estarão investindo R$ 800 milhões em agroindustrialização de produtos e capacidade de armazenagem até o final do ano. “É a aposta em um 2005 ainda melhor”, arrisca Mafioletti. “Se for mantido o crescimento, as cooperativas fecham 2004 com US$ 1 bilhão em negócios, o que eleva os números nacionais para US$ 2 bilhões”.

Virada - De grande comprador de trigo, o Brasil passou a vender o produto. E esta virada vem sendo comandada pelas cooperativas. No primeiro semestre, elas comercializaram US$ 83,2 milhões. O Paraná já é o segundo maior exportador do grão, com 30% das vendas, atrás apenas do Rio Grande do Sul. O sucesso da investida das cooperativas paranaenses no mercado externo foi tão significativo que no segundo semestre de 2004 a aposta será maior. O volume deve saltar de 55 mil para 100 mil toneladas. Ainda que a produção nacional seja insuficiente para abastecer o mercado interno, as cooperativas acreditam que podem obter preços melhores pelo produto no Brasil. “A intenção principal das vendas era tirar a hegemonia dos moinhos”, conta o gerente comercial e industrial da Batavo, Antônio Carlos Campos. Além da soja e do trigo, frango é outro item relevante da pauta de exportações das cooperativas. A Cooperativa Agroindustrial Lar, de Medianeira, vendeu US$ 46 milhões no primeiro semestre. Cerca de 80% da produção de frango em cortes foi embarcada para 28 países. Já a Copacol (Cooperativa Agrícola Consolata), de Cafelândia, comercializou US$ 24 milhões e ainda conquistou novos mercados, como o leste europeu.

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