Cooperativas debatem em Curitiba tendências do agronegócio
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Com a finalidade de debater as tendências do agronegócio no Paraná e no Brasil, visando a busca de subsídios para a elaboração do Planejamento Estratégico "Paraná Cooperativo 2010", cerca de 80 profissionais de cooperativas agropecuárias se reuniram nesta quinta-feira (26), no hotel Lizon, em Cutitiba, atendendo um convite do Sistema Ocepar, organizador do evento. Na parte da manhã, o consultor Alexandre Mendonça de Barros, falou sobre o tema "Tendências Comerciais para o Agronegócio" e na parte da tarde foi a vez de Pedro Dias, técnico do IAP que falou sobre "Tendências Ambientais para o Agronegócio". Na sua palestra, Alexandre apresentou diversos números que revelam as tendências do agronegócio para os próximos anos, tanto no Brasil como no mundo.
Infra-estrutura - Segundo ele, tudo depende de investimentos, principalmente em infra-estrutura. "Hoje, sem dúvida alguma, um dos principais gargalos do agronegócio é a questão logística. Precisamos investir pesadamente. O Paraná ainda é um estado em que as condições são bem melhores que outros estados, mesmo assim percebemos alguns problemas, principalmente na questão portuária", afirma. Sobre o fato do Sistema Ocepar reunir as cooperativas para discutir de forma conjunta um planejamento estratégico para os próximos cinco anos, Mendonça de Barros afirma que "esta sinergia presente aqui, onde uma cooperativa pode ajudar a outra na tomada de decisões em novos investimentos é salutar e deve ser seguida por outros estados. Quando se toma decisões isoladamente, problemas podem surgir. Pensar de forma conjunta é muito bom e o Paraná mais uma vez dá exemplo e fico feliz em poder também dar minha pequena parcela de contribuição", frisou.
Meio ambiente - Pedro Dias fez um comentário sobre as perdas ambientais da humanidade onde a área mundial reduziu 6 milhões de quilômetros quadrados das matas originais o que corresponde quase o tamanho do território brasileiro. Com relação ao Paraná, Pedro Dias afirmou que a área atual e de matas nativas gira em torno de 8%. Se efetivamente acontecesse um processo de recuperação das nossas matas ciliares, voltaríamos a patamares de 15%. O técnico também alertou aos presentes sobre a necessidade de preservação dos nossos mananciais e principalmente a questão da água, citando inclusive como exemplo o que acontece hoje na Europa, onde a necessidade se transformou em normas rígidas de controle de consumo doméstico do produto.
Avanço
- Na opinião do gerente industrial e comercial da Batavo, Antonio Carlos
Campos e que também é um dos responsáveis pelo planejamento
da cooperativa esta oportunidade de participar de eventos como este de hoje
só podem gerar "bons frutos". Para ele, só o fato das
cooperativas agropecuárias sentarem e
projetarem seu crescimento com base em dados reais é um avanço
que tem que ser registrado. "Não fazia parte da cultura do sistema
fazer um planejamento orçamentário com subsídios que refletissem
a realidade, principalmente sobre o agronegócio e suas tendências.
A partir deste chamamento da Ocepar, está se tornando possível
fazer uma projeção mais detalhada sobre as necessidades de investimentos,
não só na questão operacional mas buscando um enquadramento
nas boas práticas de produção, visando a certificação
para qualidade total (ISO)", afirma. Para ele as palestras de hoje foram
de fundamental importância para poder balizar um trabalho mais sistêmico
e de longo prazo.
Comprometimento - Na opinião do presidente da Coagel, Osmar Pomini que fez questão de também participar desta reunião juntamente com dois gerentes e um auditor interno da cooperativa, as palestras foram excelentes, principalmente sobre a questão ambiental, uma das principais preocupações do setor agropecuário. "Sabemos que há hoje um comprometimento das cooperativas e diretorias no sentido de fazer acontecer de fato este planejamento estratégico", afirma o dirigente.
Avaliação
- Na avaliação de Pedro Salanek Filho, analista econômico
financeiro do Sistema Ocepar, "este evento sobre tendências do agronegócio,
vem contribuir de forma eficaz, principalmente, para a segunda etapa dos trabalhos,
aonde cada cooperativa deverá projetar suas estratégias de planejamento
até o ano de 2010", lembra.