Cooperativas canadenses de olho em farelo de soja do PR
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A Coopérative Fedérée de Québec, que reúne 99 cooperativas singulares da província canadense, quer comprar farelo de soja diretamente de cooperativas paranaenses. Representantes da federação visitaram cooperativas do Paraná recentemente para conhecer o sistema no Brasil e discutir negócios futuros. Esta visita foi coordenada pela Ocepar. O presidente da federação, Denis Richard, disse, durante passagem por São Paulo, que haveria interesse para adquirir cerca de 200 mil toneladas de farelo de soja das cooperativas paranaenses. Richard afirmou que a federação já compra farelo no Brasil através de tradings. Comprar diretamente das cooperativas poderia ter vantagens competitivas, além de fortalecer o sistema cooperativista, segundo ele.
Estrutura - A federação, que tem um faturamento anual de US$ 1,97 bilhão - funciona como uma central agroindustrial - com 17 unidades de abate e processamento de carnes - e tem 62 mil produtores ligados a ela, que produzem suínos, frango, peru. Também há produção de leite, milho, soja e trigo. O principal negócio da central é carnes - responde por 70% do faturamento. A cada ano abate 80 milhões de frangos, 6 milhões de suínos e 4 milhões de perus. Richard disse que ainda não foram fechadas compras de farelo e que as negociações com as cooperativas devem prosseguir. A comitiva, formada por 11 representantes de cooperativas de Québec, visitou Cocamar(Maringá), Coamo(Campo Mourão), Copacol(Cafelândia do Oeste), Coopavel(Cascavel), Lar(Medianeira), Batavo(Carambeí), Castrolanda(Castro), além da Coodetec e do Porto de Paranaguá.
Concorrência - O secretário-geral da federação, Claude Lafleur, disse que o grupo ficou "impressionado" com o avanço tecnológico e o tamanho da agricultura brasileira. Ele acredita que o Brasil será um importante concorrente do Canadá no mercado de suínos. O principal mercado para a carne suína produzida pela Coopérative Fedéréede Québec é o Japão, maior importador mundial e aonde o Brasil ainda é impedido de vender por razões sanitárias. O Japão não aceita o critério de zonas livres de aftosa adotado pelo Brasil, por isso não compra a carne suína brasileira. (Valor Econômico)