Cooperativas ampliam comércio sem a intermediação de tradings
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As exportações das cooperativas brasileiras aumentaram a sua independência em relação às tradings. Dados compilados pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) mostram que houve, em 2004, crescimento de 34% no volume de exportações diretas, ante 2003. Ou seja, nas transações realizadas diretamente entre a cooperativa e o cliente, sem a intermediação de uma outra empresa.
Aumento - Com relação ao incremento em dólares, as exportações registraram alta de 53%, produzindo cerca de US$ 2 bilhões (equivalente a R$ 5,36 bilhões). Mas, apesar do crescimento expressivo, as exportações diretas das cooperativas representam apenas 0,002% do total exportado pelo Brasil. Quando são incluídas as vendas diretas e indiretas, essa participação chega a 25%.
Reconhecimento - A tendência, porém, é de crescimento. "A vantagem de exportar diretamente é que os cooperados passam a vender um produto com uma marca, o que agrega valor", avaliou Júlio Pohl, assessor técnico da OCB. A lógica é simples. Ao exportar via trading ou empresa comercial exportadora, os produtos de todos os fabricantes são vendidos conjuntamente. Com a venda direta, a cooperativa pode exportar com a sua marca e gerar a possibilidade de reconhecimento no mercado internacional. A Aurora, cooperativa sediada em Chapecó (SC), decidiu adotar a estratégia. A cooperativa exporta cortes de bovinos, produtos derivados de frango e carne e sucos. De acordo com Marcos Bedin, da Aurora, a cooperativa acabou de instituir um representante comercial na Bélgica para divulgar os produtos da marca no continente europeu. "A expectativa é de vender 6.000 toneladas por mês", diz Bedin.
Resultado - Segundo o Ministério da Agricultura, o complexo soja foi responsável por 42% do total exportado pelas cooperativas, seguido pelo açúcar e derivados (21%). O trigo foi destaque. A exportação do grão passou de US$ 4 milhões (R$ 10,72 bilhões), em 2003, para US$ 83 milhões (R$ 222,4 milhões) no ano passado. (Folha de S. Paulo)