CONJUNTURA II: Proposta para regular alimentos fica para setembro
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O forte aumento dos preços de commodities como alimentos e petróleo foi uma das prioridades nas reuniões do G-20, FMI e Banco Mundial, mas só em setembro haverá propostas mais concretas sobre como avançar na regulação desses setores para evitar abusos. No seu comunicado final, o G-20 apenas disse que considera bem-vindos os trabalhos feitos por outros organismos, como a Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (Iosco, na sigla em inglês) e que espera recomendações para regulações que garantam "mais transparência no mercado de derivativos para lidar com abusos de mercado".
Exigências - Entre as propostas em discussão está exigir registros dos contratos no mercado futuro e assegurar aos supervisores nacionais poderes para intervir limitando, por exemplo, posições de participantes de mercado para evitar riscos excessivos e manipulações de preços. Há alguns meses, havia receios de que esses trabalhos pudessem levar a tetos de preços, contrariando interesses de produtores de commodities como o Brasil, mas atendendo o interesse de países importadores de energia, alimentos e outras matérias-primas. O mal-entendido, porém, foi esclarecido e agora está claro que o objetivo é assegurar o bom funcionamento do mercado para evitar rupturas.
Causas - Negociadores brasileiros informaram que, além da regulação, o G-20 examina as causas da grande alta nos preços de alimentos. Há, de um lado, fatores estruturais na demanda, como o elevação de renda em países emergentes como a China e a Índia, e também na oferta, após muitos países passarem a usar a terra para biocombustíveis. Mas há desequilíbrios tanto na oferta como na demanda, como o superaquecimento de algumas economias emergentes e o limite imposto por alguns países para a exportação de produtos como o trigo. O G-20 vai investigar, em especial, como a grande liquidez no mercado internacional está levando à alta dos preços dos alimentos.
Medidas - A alta dos preços dos alimentos preocupa, mas o FMI previu que parte das pressões deve se suavizar nos próximos meses devido às medidas tomadas pelos bancos centrais para conter o superaquecimento das economias e também porque os agricultores estão respondendo aos preços por meio do aumento da área plantada. (Valor Econômico)