Competitividade brasileira limita superávit comercial

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A competitividade da indústria brasileira, apesar do superávit de US$ 3,7 bilhões acumulado na balança comercial no primeiro trimestre do ano, precisa melhorar. O crescimento das exportações do País poderia ser bem superior, caso as limitações impostas pelo custo Brasil fossem superadas. Para citar um exemplo da necessidade de aumento da competitividade da indústria doméstica, os produtos brasileiros já começam com uma desvantagem de 25% em relação ao dos Estados Unidos, segundo o diretor de competitividade industrial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mario Bernardini. O custo tributário reduz a competitividade nacional em 10%, o de logística em 5% e o custo de capital em outros 5%.

Projeto - O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, preparou um trabalho para o painel "Oportunidade de Negócios e Novos Mercados" onde mostra a falta de um projeto de exportação no Brasil. Segundo ele, em 1974, o Produto Interno Bruto (PIB) da China era de US$ 150 bilhões e as exportações mal superavam a marca dos US$ 6 bilhões (a preços de 1997). No mesmo período, o PIB do Brasil era de US$ 334 bilhões e as exportações de quase US$ 12 bilhões. Quase 20 anos depois, a China exporta US$ 249 bilhões e o Brasil US$ 60 bilhões. "Os dados confirmam que o caminho trilhado pelo Brasil certamente não foi o mais condizente para a criação de prosperidade", disse Tang. Segundo ele, durante essas duas décadas, os dois países trilharam caminhos distintos. A China optou por crescer exportando, o Brasil não.

Negócios com a China - Tang lembrou que apesar de a China receber US$ 680 bilhões em investimentos diretos, são poucas as empresas brasileiras que mantêm negócios com os chineses. "Elas ainda não despertaram para essa oportunidade de negócios com a China", disse. Por isso, os chineses associam café à Colômbia e consomem o suíço Nescafé, de um país que não produz café; tomam suco de laranja de marcas européias de países que não produzem laranjas. "O valor agregado flui para esses países que compram matéria-prima no Brasil. E em razão da ausência brasileira que o comércio entre os dois países é intermediado por empresas estrangeiras", disse. Apesar disso, os produtos brasileiros podem ser competitivos na China. Uma forma é a produção pelas cooperativas que têm encargos trabalhistas menores. (Fonte: Site Terra)

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