COMMODITIES: Turbulências financeiras voltam a derrubar preços dos grãos

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Mais uma vez as turbulências financeiras "derrotaram" os fundamentos de oferta e demanda e derrubaram as cotações dos principais grãos na quinta-feira na bolsa de Chicago. Ainda que as incertezas irradiadas das rachaduras nas contas americanas e da crise das dívidas em países europeus de fato suscitem dúvidas sobre o futuro da demanda global por commodities, foi a fuga de grandes fundos de investimentos em direção a outras aplicações de menor risco que determinou as quedas, segundo analistas consultados por agências internacionais.

Trigo - Dos três grãos de maior liquidez em Chicago, o trigo superou milho e soja e foi o que registrou maiores perdas. Os contratos futuros do cereal com vencimento em dezembro deste ano - que atualmente ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a mais negociada - registraram baixa de 18,75 centavos de dólar e encerraram a sessão a US$ 7,3925 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos).

Argentina - Em meio às turbulências financeiras no mundo desenvolvido, passou praticamente despercebida a revisão para baixo da estimativa do governo da Argentina para a área plantada de trigo do país na safra 2011/12. A estimativa oficial passou de 4,7 milhões para 4,5 milhões de hectares. Ainda assim haverá crescimento em relação ao ciclo 2010/11, agora de 2,9%. A notícia é particularmente importante para o Brasil. Um dos maiores importadores de trigo do mundo, o país costuma cobrir grande parte de sua demanda doméstica com trigo da Argentina, um dos grandes exportadores.

Milho - No mercado de milho em Chicago, os contratos de segunda posição de entrega (dezembro) recuaram 12,50 centavos de dólar e fecharam a US$ 7,13 por bushel (25,2 quilos) na quinta-feira (18/08). No caso da soja, a segunda posição (novembro) fechou a US$ 13,61 por bushel (27,2 quilos), em baixa de 5,75 centavos de dólar. A queda da soja foi menor por conta das adversidades climáticas em regiões produtoras americanas.

Clima nos EUA - Conforme analistas baseados em Chicago, é grande a possibilidade de que o clima seco em áreas do Meio-Oeste reduza a atual safra do país, maior produtor e exportador mundial da oleaginosa, à frente do Brasil. Agosto, lembraram, é o mês em que as lavouras dos EUA estão mais suscetíveis a esse tipo de intempérie. (Valor Econômico, com Dow Jones Newswires e Reuters)

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