COMMODITIES: Índia definirá rumo dos preços do açúcar

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A forte demanda por açúcar deve sustentar os preços da commodity no mercado internacional, mas a volatilidade das cotações pode aumentar por causa das incertezas sobre o tamanho das importações de países que tiveram queda em sua produção, conforme o relatório da FAO.Para a agência, a importação da Índia vai determinar o volume do comércio mundial do produto este ano. A producao indiana caiu 45% por causa das chuvas e pela alocação de parte de suas terras para grãos e oleaginosas.

Expectativa - A expectativa da FAO é de que a Índia importará cerca de 3 milhoes de toneladas em 2008/09, depois de não ter feito importações relevantes em 2007/08 - o país foi exportador naquela temporada. A mudança no cenário levou o governo indiano a permitir, agora, importações de açúcar refinado livres de tarifas.O segundo fator mais importante nas perspectivas de comercio de açúcar é a União Europeia, bloco que se tornou importador líquido depois do declínio da producao decorrente da reforma de seu regime açucareiro.

Importações - As importações oficiais europeias são estimadas em 4,9 milhões de toneladas em 2008/09, 53,6% mais que no ciclo anterior. Apesar da tarifa de 66%, o aumento das importações europeias foi atendido pelo Brasil. Malásia, Paquistão e Estados Unidos também tendem a elevar suas compras no exterior, inclusive para fazer estoques. Já a Rússia, maior país importador do mundo em 2007/08, elevou sua produção e deve reduzir as importações em 14%, para 2,8 milhoes de toneladas. Moscou procura frear as importações com uma taxa de US$ 220 por tonelada, o que causa, no momento, problemas para sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Projeção - Em todo caso, a FAO projeta um comércio mundial de 50,2 milhões de toneladas na safra 2008/09 (de outubro de 2008 a setembro de 2009), 6% mais que em 2007/08, gracas à demanda de países em desenvolvimento. O consumo global continuará em alta, podendo chegar a 162 milhões de toneladas, 2,4% acima da temporada anterior. Nesse cenário, o Brasil continua em situação confortável - tanto que as usinas do país estão destinando mais cana para a produção de açúcar do que na safra passada, como mostram os levantamentos do governo brasileiro e da iniciativa privada. Pelas projeções da FAO, a producao do pais deve chegar a 39,6 milhoes de toneladas, 29% mais do que no ciclo anterior. (Valor Econômico)

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