Comissão quer ouvir Palocci explicar demora na liberação de recursos

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Atendendo a um requerimento do senador Osmar Dias, líder do PDT, o Ministro da Fazenda comparecerá à CRA (Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal) para anunciar o cronograma de liberação de recursos para a safra deste ano e, em especial, para a comercialização do trigo. Antonio Palocci será questionado pelos membros da CRA sobre as razões pelas quais o governo Federal tem retardado a implementação de medidas anunciadas a favor do agro-negócio. O senador paranaense se voltará principalmente para os resultados da seca no Sul do País, quando também ocorreu um retardamento na ajuda aos milhares de produtores que tiveram sua produção totalmente perdida.

Trigo - Osmar indagará daquela autoridade a razão de não ter sido liberado, por exemplo, os R$ 3 bilhões anunciados pelo Ministro da Agricultura para a comercialização de alguns produtos, como o trigo. No caso específico desse cereal, o líder do PDT no Senado tem cobrado do governo medidas de modo a salvaguardar os interesses nacionais, “pois a triticultura, como outros produtos, vem sofrendo pelas ofertas abaixo do mínimo e dos custos de produção”. Para Osmar, “o produtor está desestimulado e isto poderá trazer conseqüências no próximo plantio. Hoje, passados mais de 90 dias do fim da colheita, ainda existem pelo menos 1,5 milhão de toneladas de trigo nas mãos das cooperativas e dos produtores”, alerta o parlamentar.

Desconforto - Segundo as entidades representativas do setor no Paraná, grande parte da safra se concretizou através de financiamentos bancários e as suas parcelas venceram ou estão por vencer e o produtor precisa honrar com os compromissos. Para tanto, a comercialização dos seus produtos a um preço que cubra pelo menos seus custos de produção é de fundamental e singular importância. Como a maior parte dos recursos foi tomada junto ao Banco do Brasil, até a presente data o banco estava prorrogando as parcelas de custeio o que não mais acontecerá. O banco está propondo aos triticultores que transformem suas dívidas numa CPR. Acontece que o juro dos empréstimos rurais é de 8,75% ao ano, enquanto que o da CPR são juros de mercado o que inviabiliza a atividade. Pela Lei de Garantia de Preços Mínimos, o governo tem obrigação de garantir que o produtor receba, pelo menos, o preço mínimo por sua produção o que não está acontecendo, critica o senador paranaense.

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