COMERCIALIZAÇÃO: Venda antecipada ameniza alta dos custos

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comercializacao 06 11 2012Os preços recordes da soja que levaram o Brasil a comprometer 40% da produção mesmo antes do plantio permitiram aos agricultores ampliar o pacote tecnológico e manter a expectativa de rentabilidade recorde na safra 2012/13. Reajustes nos preços das sementes, fertilizantes e defensivos, que seguiram a alta das cotações do grão, inflacionaram os custos de produção às vésperas do plantio. Mas poucos produtores sentiram esse impacto, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo depois de rodar Quase cinco mil quilômetros pelos dois maiores produtores brasileiros na última semana.

Valor - Atualmente, produtores de Paraná e Mato Grosso precisam desembolsar cerca de R$ 1,2 mil para implementar um hectare de soja, entre 10% e 20% mais do que no ano passado. Mas quem antecipou as compras e adquiriu o pacote tecnológico no início do ano gastou em média R$ 150/ha a menos. “A maior economia foi no nitrogenado, que só nas últimas semanas já subiu em média 20%”, conta Ana Daniele Boiko, de Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná).

 Troca - Realizadas em sua maioria na modalidade de troca, em que o produtor compromete parte da safra que será colhida no próximo ano para comprar insumos, as vendas antecipadas são as principais responsáveis pela economia. A maior parte dos agricultores não conseguiu pegar o pico de preço nas negociações futuras, mas, por outro lado, escapou à alta dos insumos. No melhor momento do ano, compradores chegaram a oferecer aos produtores paranaenses R$ 65 por saca da oleaginosa, mais de R$ 1 por quilo, mas a grande maioria dos negócios foi fechada na casa de R$ 50/saca.

Antecipação das compras - “Os produtores aproveitaram os preços altos para antecipar a compra de insumos. Muitos deles fizeram as aquisições ainda fevereiro, com troca por produto. Nesses casos, foi possível economizar até 30%, comparado aos custos de produção atuais. O preço de venda da safra pode não ter sido recorde, mas a relação de troca certamente melhorou. E, no fim das contas, é isso que faz a diferença”, afirma Julinho Tonus, presidente da Coopertradição, de Pato Branco (Sudoeste).

Anda - Levantamento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) comprova a hipótese do dirigente. Segundo a entidade, o pacote tecnológico de um hectare custou menos de 20 sacas de soja, 5 sacas a menos do que no ciclo anterior. É a mais baixa relação de troca (quantidade de produto necessário para adquirir uma tonelada de fertilizante) dos últimos quatro anos, segundo histórico da Anda.

Estratégia - Com investimento para colher 62 sacas de soja (3,7 mil quilos) por hectare, Aldo Henel, de Campo Morão, comprometeu 30% da produção esperada para cobrir custos de implementação da lavoura. A estratégia, adotada pelo produtor todos os anos, mostrou-se especialmente acertada nesta temporada. Deu tão certo que ele resolveu antecipar também a compra de insumos para a próxima safrinha de milho, que será semeada no início do ano que vem. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

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