Comercialização da safra de trigo preocupa setor
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Técnicos da Ocepar, Faep e Secretaria da Agricultura se reuniram na manhã de hoje em Curitiba para discutir alternativas de solução aos problemas que devem ocorrer na comercialização da safra de trigo paranaense, que deverá chegar a 3 milhões de toneladas, ou 64% da safra brasileira. Os técnicos elaboraram documento que deverá ser encaminhado ao Ministério da Agricultura, onde apontam que “os gargalos da falta de liquidez na comercialização já vem preocupando o setor”. A última safra mundial apresentou um recorde de 622 milhões de toneladas e contribui para agravar os problemas de comercialização da safra brasileira.
Peso nas importações – Apesar de ter potencial para produzir o total do consumo nacional, que é de aproximadamente 10 milhões de toneladas, o Brasil deve produzir neste ano R$ 4,8 milhões de toneladas e é o segundo item em importações, totalizado US$ 728 milhões em 2004. Uma solução para os produtores seria a exportação, como ocorreu no ano passado, quando foram vendidas 1,3 milhão de toneladas, situação que não deve se repetir em função da queda acentuada da taxa de câmbio. A concentração da colheita de trigo, na região Sul – que é a maior produtora - nos meses de setembro a novembro é outro problema, pois a distribuição do trigo para consumo ocorre ao longo de doze meses.
Propostas – A realização de contratos de opção de venda de trigo para 50% da safra; a realização de leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP); a disponibilização de recursos para que os produtores de trigo possam transformar as parcelas vincendas de custeio ou do custeio alongado em operações de EGF são algumas das medidas propostas pelos técnicos para serem incluídas no documento que será levado nesta semana à Brasília pelo presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, e entregue ao Ministério da Agricultura. O controle das importações de trigo em grão e farinha durante o período da colheita da safra brasileira, vedando também a entrada de farinha em pré-mistura fora dos parâmetros de classificação exigidos pelo Ministério da Agricultura também é uma sugestão do grupo técnico. De outra forma, a unificação das alíquotas do ICMS no comércio interestadual do trigo e farinha pode contribuir para reduzir os problemas.