Coamo propõe regionalização do plantio de trigo no Paraná

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Um projeto inédito da Coamo, a regionalização do plantio de trigo no Paraná foi apresentado a técnicos do setor durante o 5º Seminário Técnico do Trigo, realizado de 3 a 5 de fevereiro, em Londrina. O evento foi promovido pela Embrapa e Iapar e debateu a armazenagem e comercialização do cereal, sob aspecto da qualidade. A exposição do projeto da Coamo foi feita pelo assessor de comercialização da cooperativa, Antonio Cardoso Garcia, um dos palestrantes do painel "Visão do setor produtivo e da indústria moageira".

Proposta - A proposta de regionalização do cultivo de trigo consiste, segundo Garcia, em orientar os produtores a plantar variedades que têm grande procura e comercialização garantida nos mercados interno e externo. "Para as regiões norte, noroeste e oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul, estamos propondo o cultivo de variedades com alta força de glúten, ou seja, trigos melhoradores, indicados para panificação industrial " , revelou. Já para as regiões sul e centro-sul do Paraná e extremo-oeste de Santa Catarina, a recomendação é para o plantio de trigos brandos, que possuem baixa força de glúten e são destinados ao mercado de biscoitos, bolachas, pizzas e massas para bolo", acrescentou.

Garantia de mercado - O objetivo do trabalho é criar uma nova identidade para o trigo paranaense, buscando maior liquidez no mercado, prática já adotada nos principais países exportadores, como os EUA, Canadá e Austrália. Na opinião do assessor de Comercialização da Coamo, hoje a produção nacional encontra dificuldades de venda no mercado externo e dificilmente o Brasil vai se firmar como exportador de trigo se não adotar um padrão de qualidade definido.

Panorama - A área brasileira de trigo deve crescer cerca de 5%, neste ano, e , se o clima ajudar, elevar a produção em até 10%. A inovação tecnológica é o principal responsável pela previsão otimista que atinge os triticultores da região Centro-Sul do País, responsáveis por 70% da produção nacional. "Em 2002, a produtividade era de 2.050 quilos por hectare e hoje é de 2,5 mil quilos. Nosso objetivo é produzir, no mínimo, metade da demanda necessária " , explica Sérgio Dotto, pesquisador da Embrapa. No ano passado, o Brasil registrou uma safra recorde de 5,7 milhões de toneladas do produto. No entanto, o consumo previsto para 2004 é de 10,5 milhões de toneladas. A diferença no volume é suprida pela importação, principalmente, da Argentina.

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