Coagel, pioneira no processamento de algodão orgânico
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A Coagel, cooperativa com sede em Goierê (PR) é a primeira do setor no Brasil a processar o algodão orgânico. Na última semana ela processou cerca de 2.400 quilos de pluma que foram transformados em fio. O produto pertence à Aproap, uma associação de produtores de orgânicos da região e que conta com apoio do Sebrae, Senar, Emater, Universidade Estadual de Maringá (EUM) e prefeituras municipais. O consultor do Sebrae na região, Jair Mauro Pelegrim, informou que o plantio do algodão orgânico teve início em 2002, pela primeira vez de forma simples mas planejada: “começamos com apenas um hectare e depois evoluímos para 15, chegando nesta safra a 50 hectares cultivados”, afirmou. Os produtores resolveram industrializá-lo, transformando em fio para, em seguida, produzir malha e camisetas que serão destinadas ao comércio. “Vamos confeccionar 800 camisetas e fazer um lançamento nacional sobre o produto”, disse o consultor.
Teste de mercado - Segundo Pelegrim, todo o algodão orgânico desta safra foi produzido por agricultores de Esperança Nova, São Jorge do Patrocínio, Altônia e Francisco Alves. “Nossa intenção é testar o mercado e, para o próximo ano, partirmos para uma produção de grande escala, algo em torno de 400 hectares para obtermos até 100 toneladas de fio”, disse, informando que no Brasil já existem interessados em adquirir o produto, mas somente em grande escala. “Daí a nossa preocupação em aumentar o plantio para atender a demanda”, disse. De acordo com Jair, a Santista quer as 100 toneladas que deverão ser produzidas no futuro.
Valorização – O consultor do Sebrae explicou que o comprador do fio de algodão orgânico hoje está pagando mais que o dobro do valor pago ao fio produzido com algodão convencional. “Fizemos um estudo e chegamos à conclusão que a saída para os pequenos produtores de algodão da nossa região é o orgânico”, disse. Para produzir o produto orgânico, o agricultor tem que ficar três anos sem utilizar nenhum tipo de adubo e defensivo no solo, equilibrar esse solo e adotar práticas que procurem prevenir pragas e doenças. “Não tivemos nenhum tipo de dificuldade mais séria nesse processo”, frisou, acrescentando que os produtores tiveram problemas com a estiagem que não chegou a afetar a produção.
Participação da Coagel – Ele destaca a participação da Coagel na produção do algodão orgânico na região. “A cooperativa desenvolveu em Goioerê a primeira capacitação para profissionais do Sebrae em todo o Paraná”. Num segundo momento, foi instalado na fazenda com um campo experimental de soja e algodão orgânicos, inclusive a soja já está colhida e pronta para ser comercializada. “Quanto ao processamento do algodão, a parceria da Coagel foi fundamental porque não existe neste momento em nenhuma região ao redor do mundo uma cadeia produtiva, e a Coagel completa o ciclo da produção de algodão na mesma região que ele é produzido”, sintetiza.
Apoio - Para o presidente da Coagel, Osmar Pomini, os produtores precisam utilizar cada vez mais a tecnologia que se apresenta. “O algodão orgânico é uma grande opção para os nossos produtores voltarem a investir na atividade”, disse o dirigente da Coagel, informando que a cooperativa não medirá esforços em apoiar os produtores, que de forma organizada, decidirem por esse caminho. Apoio também manifestado pelo prefeito municipal de Goioerê, Fuad Kfuri, que colocou toda a estrutura da secretaria da agricultura do município para apoiar o possível incremento desta produção. “Está comprovado que o negócio é bom, então vamos apoiar”, disse o chefe do executivo municipal.