CNA critica fechamento do crédito aos produtores do MS
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O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Ernesto de Salvo, criticou ontem (31/10) o fechamento das linhas de crédito aos produtores do Mato Grosso do Sul após o surgimento dos focos de aftosa em municípios do sul do Estado. Para ele, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) precisa agir rapidamente, liberando uma linha de crédito emergencial no valor de R$ 100 milhões para financiar a aquisição de vacinas pelos pecuaristas sul-mato-grossenses. Este montante representaria R$ 4,00 por animal, para o rebanho de 25 milhões de cabeças de Mato Grosso do Sul. O Brasil tem 195,5 milhões de cabeças, sendo que Mato Grosso do Sul é o Estado com o maior rebanho entre as demais unidades da federação.
Sem renda - Segundo o presidente da CNA, não é aconselhável cortar o crédito destinado ao setor justamente na época em que os pecuaristas têm uma despesa obrigatória com a compra de vacinas. É justamente no início de novembro, na entrada da estação das chuvas, que os produtores de Mato Grosso do Sul iniciam a vacinação do gado. Este ano, no entanto, os pecuaristas estão sem renda devido à impossibilidade de comercializar sua produção. “Os pecuaristas de Mato Grosso do Sul não estão conseguindo vender seus bois, nem sua produção de leite, o que lhes deixa sem renda e sem recursos para adquirir as vacinas”, explica o presidente da CNA. Por este motivo, vai pedir ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, que libere um crédito de emergência que permita o financiamento destas despesas imprescindíveis para a manutenção da sanidade do rebanho do Estado, o maior do País em número de cabeças.
Pedido de explicação - O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Leôncio do Souza Brito Filho, convidou o vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil, Ricardo Conceição, para que visite o Estado e explique aos produtores os motivos da demora na liberação dos créditos para os produtores rurais do Estado. Léo Brito afirmou que o vice-presidente deve visitar Campo Grande ainda essa semana, apresentando uma solução definitiva para a implantação das medidas anunciadas pelo Governo Federal. Para a diretoria da Famasul, é inconcebível que, em um momento de crise do setor agropecuário, os bancos neguem auxílio aos produtores. O setor precisa, neste momento, de acesso imediato a crédito para não reduzir a produtividade de suas fazendas e comprometer ainda mais a renda do produtor. (CNA)